Atrás dela, à distância
A única razoável
Mentira que contara
Se travestia de santa
E, menina que fosse,
Uma mentira jovem
Ainda que bastasse
Uma só verdade
Mentira, mentira, mentira
Três vezes vira verdade
Pura conjuração
Em seu versar a maldade
A fala da traição
Conspira com ouvidos
que lhe dão atenção
desconstrói a criação
Há tantos caminhos
Para Roma, mil deles
Para a verdade um só
Basta exprimir o verbo
De maneira didática
Falar o que deve enfim
A ser dito, em vogais
E consoantes, planas
A mentira tem meandros
Gira, gira e volta
no mesmo lugar
Sempre complexa
Palavras excessivas,
detalhes por demais
Tramas, tremores, trilhas
caminhos de enganar
O demasiado é geral?
Nem sempre se sabe
Das medidas seguras
Entre o mentir rindo
Ao confessar chorando
Em outras variantes
Inseguras, por certo,
Mas em correto agir
O mentir é habitual
dos que vivem da ilusão
das inverdades,
das meia-verdades,
das intrigas, do desamor
A verdade apavora,
assusta aos covardes
quando dita na cara
sem subterfúgios
A mentira apunha-la
A verdade liberta
Beto Palaio e Ianê Mello
2 comentários:
Saber conviver, entender e respeitar o que não é mentir, talvez seja uma das atitudes essenciais à vinda do Caos necessário para o estabelecimento de uma nova ordem.
Parabéns dupla!
Um abraço.
Obrigada, amigo Jairo.
Volte sempre.
Colabore com seus poemas, aguardamos saudosos.
Bjs.
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