O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quinta-feira, 30 de junho de 2011

MENSAGEM AOS COLABORADORES E AMIGOS




Fiz este blog com muito carinho, com o intuito de aqui termos um espaço de troca poética, diálogos poéticos, poesia interativa e o que mais pudesse ser criado.
Algumas pessoas foram por mim convidadas, outras, pediram para ser nele inseridas, ao que atendi.
Durante um bom tempo o blog funcionou e fiquei super feliz.
Pena que agora, apenas poucas pessoas continuem a postar nele e fazer parte dos diálogos. Até mesmo os comentários rarearam demais.
Só vim aqui dizer que lamento muito por isso e gostaria que recuperássemos o verdadeiro propósito desse espaço, que é de colaboração e interação.
Acho que os nossos seguidores, que não são poucos, também esperam isso de nós.


Conto com vocês para isso, pois esse blog é nosso.


Saudades de todos!


Grande beijo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sábado Poético 2 (Facebook - Grupo Livre Criar é só criar)







 
Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria

Trecho da núsica "O Último Dia"
Paulinho Moska


*

ENTÃO, O QUE VOCÊ FARIA?


*

PAZ

Se só me restasse um dia
O pensamento invadiria...
E só me restasse um dia
As memórias encontraria...
Se só me restasse um dia
A vida feliz buscaria...
Se só me restasse um dia
Amores e mágoas esqueceria...
Se só me restasse um dia
Só a Paz permaneceria...


- ELSA CUNHA -
PS: Se fui muito audaciosa em publicar pela primeira vez...me avisem...Estou morta de mêdo!!!!!!!



*
O que fazer se só me resta um dia?
poderia me fechar e deixar passar as horas
mas a agonia da espera
eu não suportaria,
me reuniria a familia
pra terminarmos juntinhos
ou me uniria aos meus amigos
pra esperar a eternidade de dia
que se acabará independente de mim?
Escolhi me unir aos amigos e a família
e fazermos uma festa
dançar e cantar em harmonia
pra esperar este fim
que me vem em agonia
e numa prece agradeceria
por não ficar sozinha
neste momento tão triste
que é o fim de nossos dias.

- ENICE -


*

Encomendaria
um sarcófago e purpurina
pra entrar na Academia.



- MARÍLIA KUBOTA -

*

Se só me restasse um dia
eu nem sequer pensaria
abraçaria todos que eu pudesse
diria palavras de amor
distribuiria sorrisos e flores
dançaria na chuva descalça
beberia água da fonte cristalina
subiria numa árvore
comeria fruta do pé
correria pela grama como criança
soltaria uma pipa colorida
brincaria de roda
gritaria bem alto ao mundo

ESTOU VIVA!


 - IANÊ MELLO -


*

Deitaria na grama.
Sob bela árvore.
Olhos abertos.
Contemplaria o sol
Seus raios brilhando
Entre a ramagem.
Olhos fechados.
Sorrindo, dormiria.
Entre estrelas,
Acordaria.


- GIANE BRANDÃO -


*

Guardaria em mim as estrêlas
O sol, o mar , a Poesia
E de cada ser vivente
Um pouquinho da Essência
Talvez um tanto de Prudência

E uma cornucópia de Amor

Traria ainda dentro
O breu da noite
E o brilhar do dia

Expulsaria o Açoite
Afastaria a Agonia
Transformaria a Dor
Em Paz e Alegria

E , guardado tudo
em mim
Eu então ,
em paz ,
morreria

Prá recomeçar ,
Talvez ,
Um dia ,
Um Nôvo Dia .


- RICARDO DAIHA -


*
se só me restasse um dia
embriagava-me em poesia
acariciava cada letra
beijava cada palavra
e no fim do verso escrevia:
amo-te Luzia.
cheirava cada flor
abraçava todo o jardim
e no fim do caminho dizia:
amo-te Luzia.
contemplava o sol nascente
acenava ao sol poente
e no fim da noite gemia:
amo-te Luzia.
e se algum tempo sobrasse
sorria, sorria, sorria, sorria,
e a sorrir talvez morresse
ou quem sabe renascesse.

~ Pepe da Néte ~


*
Eu Seria uma Criança...

E iria fazer ciranda com o Sol.
Falar de coisas do coração.
Nada impediria o sorriso...
Vestir arco-íris...
Calçar sapatos de trevos da sorte.
Ir encontro da canção.
Porque só sei da alegria de existir e,
Sapatear em poças d'água...
Entre os acordes dissonantes maiores.
Dobram os sinos da alma!
Sei que ele iria dançar ao luar,
Abduzindo-me pela eternidade.
Iria entrar em minhas memórias, entrelaçando sonhos...
E na nossa imaginação, traria os seus jardins encantados.
Eu saberia que Ele está sempre Presente.
Enquanto desatamos laços do passado...
Ele iria sorrir na certeza da Eternidade.
Enquanto eu observaria os sapatos cor de rosa de boneca...
Ele estaria entrando no terno e apertando o nó da gravata.
E a carruagem iria nos esperar na porta da igreja, a orquestra estaria afinada.
Eu estaria suja de molho – e, com o vestido branco manchado, sairia correndo...
Enquanto Ele atiraria o paletó ao vento para dançar comigo a valsa do tempo.
E entre as nuvens do desejo, rodopiaríamos na descoberta de que somos:
Livres! Eternos! Anjos!
E a dança aconteceria de pés descalços, pisando nos flocos de nuvens...
Sorrisos colados, tal poderoso adesivo...
E seriam almas acima do céu, acima da tola moral humana...
Todos nós testemunharíamos que:
Só é doce a vida quando se come o chantili do amor...
Enquanto isso:
Partiriam do eu te amo mais...para o Sim.


 -Lu Rocha –


"O Que Você Faria..."

O que eu faria?
Olharia...
Primeiro o céu...
Logo, o mar
A terra, e o amor,
Que ainda há sobre ela.
Olharia,
Para o passado,
E o presente. 
E sem mais pensar;
Buscaria.
Buscaria,
Os prazeres,
E os sorrisos...
E o amor, buscaria!
Sim, meu amor,
Buscaria!
E sorriria...
E no tempo,
Restante,
Nosso amor,
Viveria!
Olharía...
O sol radiante,
E com ele partindo,
Te amaria,
O restante do dia!
E por fim,
Com a última,
Lágrima...
E insistente,
À "Deus",
Pediria;
Mais um dia...

-Valeria Daiha-

domingo, 26 de junho de 2011

AO SOAR DE DISTANTES SINOS






Brancas nuvens
que no céu despontam
qual forma de gaivota a voar
no azul do céu colorem
os sonhos de um sonhador

Ao olhar num espelho que não há
o rosto coberto de caulim
ainda lá o desejo em mim
assim o cobertor das horas desfia-se
o que foi será e o que virá é sem fim

Tempo, casa da memória
lampejos  infantis 
de outrora
em sonhos de quimera
alargando os horizontes
cedendo aos seus ardis

Nesta rede de existir
cercados de vasos floridos
somos um só corpo na urna
do viver ocluso em epopéia
na mão dupla dos desejos

Num simples bater de asas
un momento furta-cor
raios solares e brilhantes
purpurinas ao olhar
como cristais de diamantes

Pássaros nesta manhã amenizam
passos da cortesã apressada
ela a passar os dias em trôpegos
minutos que perseguem ocasos
um canto de ocarina apenas barro

Rara beleza ante meus olhos
pura natureza em esplendor
esquecimentos de uma realidade
de um escuro quarto impessoal
onde corpos se satisfazem, sem amor




Ianê Mello e Beto Palaio

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O miserável




Eu vejo um miserável.
É um velho. Como a borra do café.
Espera o sino bater, bater nove vezes
E senta à igreja, na escadaria.
Tira do bolso um garfo e enche o estômago de perfumes.


É um velho.

Agora vai descendo a rua.
Balança os braços. Não pensa em nada.
Nem na noite que lhe envolve o corpo.
É um velho. E balança os braços.
Como um títere suspenso.

RODRIGO DELLA SANTINA


Digamos que a vida
foi rigorosa demais
Não encontrava saída
Fechado em conchas
num passado. tantas manchas
esqueceu-se do perdão,
de amigos e do pão


O alimento que perdia
era um passo atrás
a  cada dia, nada lembrava
do amor que no mundo havia
A fome e o abandono
o tornaram um miserável
O desprezo é abominável


Mas eis que virá o dia
Já alimentado e são
verá na miséria a Benção
que a vida dá como lição
Vera no amigo um abrigo
Verá na vida um irmão.


Ninguém permanece assim
para sempre, mesmo demente
sempre há quem busque
a devida solução.




Mirze Souza

Passagem

terça-feira, 21 de junho de 2011

A MISTERIOSA VIOLINISTA

Pintura de Yannick Bouchard


No terreno surreal
o impossível possível é
qual nexo, propósito
isso importa?
Procurar em tudo sentido
é quase não sentir
racionalizar é o caminho inverso

Olhe, perceba detalhes,
deixe entrar
fazer parte de você...
...sinta-se na tela
e ela a você se revela
em sensações agradáveis
ou perturbadoras
...
permita-se sentir

A misteriosa violinista sem rosto
num deserto sem fim
Sem habitat propício
um belo cavalo marinho
Estranhamente bela paisagem
que se descortina aos nossos olhos
e abre nossa mente à novos mundos
dos sonhos, da magia, do improvável


Ianê Mello



Entre o frio e o destino
encontro o fundo do mar
a me flutuar

No carrossel das horas
levito sementes
poeiras cadentes
vestem-me de nuvens

Do Céu, o amor me contempla...

Lou Albergaria



A aridez do deserto
é amenizada pela suave
harmonia do som
da música
de um violoncelo.
Não precisamos olhar
não precisamos ter rosto
basta termos e alma pura
para sermos invadidos
por um sentimento
maravilhoso
chamado Amor!

Enice de Faria







segunda-feira, 20 de junho de 2011

Acorde D'Alma!



Em semibreves busco caminho,
em mínimos versos, carinhos
Em algumas colcheias, flutuo
semicolcheteando no ar
nas fusas
reencontro semifusas
dos acordes musicais
E componho nos semitons
onde a alma devaneia!
Enice 05/05/2011


Em semifusa demência
descomponho o que não compreendo

Minh'alma canta em braille
acordes de vento
asas confusas arrefecem o gelo
em brancas nuvens

Somente o céu azul me protege
do mau uso que faço da chuva...

menos hoje:
que deixei negro até o sol


Lou Albergaria



Acordes que vibram
em descompassos da alma

inquietudes no bailar
puro ou profano
um ato de amor
profundo e insano

em clave de sol ou fá
posso ser mi sustenido
posso ser dó menor

o que encanta 
é o canto difuso
em espirais no ar


cria asas doce- mel
enleva o corpo
num terno abraço
até o azul do céu


Ianê Mello



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