Brancas nuvens
que no céu despontam
qual forma de gaivota a voar
no azul do céu colorem
os sonhos de um sonhador
Ao olhar num espelho que não há
o rosto coberto de caulim
ainda lá o desejo em mim
assim o cobertor das horas desfia-se
o que foi será e o que virá é sem fim
Tempo, casa da memória
lampejos infantis de outrora
em sonhos de quimera
alargando os horizontes
cedendo aos seus ardis
Nesta rede de existir
cercados de vasos floridos
somos um só corpo na urna
do viver ocluso em epopéia
na mão dupla dos desejos
Num simples bater de asas
un momento furta-cor
raios solares e brilhantes
purpurinas ao olhar
como cristais de diamantes
Pássaros nesta manhã amenizam
passos da cortesã apressada
ela a passar os dias em trôpegos
minutos que perseguem ocasos
um canto de ocarina apenas barro
Rara beleza ante meus olhos
pura natureza em esplendor
esquecimentos de uma realidade
de um escuro quarto impessoal
onde corpos se satisfazem, sem amor
Ianê Mello e Beto Palaio
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