O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sexta-feira, 30 de abril de 2010

EDUARDO MARINHO: UM ARTISTA SEM ATELIER, MAS MUITA SABEDORIA

Entrem no link do título e assistam a um vídeo incrível em que esse artista apresenta suas razões porque trocou o "atelier de artes" pelas ruas...

E seu blog: http://observareabsorver.blogspot.com/

Vale a pena conferir os seus poemas e textos, além dos desenhos e quadros.

Lou

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O COIOTE


Não sinto você uma pessoa.

Sinto você um sentimento
soprado pela maresia
de algum final de tarde
céu alaranjado de alegria
e quente...
ou, simplesmente,
soprado por algum arcanjo.

Derrama seu orgasmo sobre o mundo
e no escuro impenetrável
da minha alma...

Lou Albergaria



Medroso

Hoje sinto que me conhece
Melhor e com esperança
Deixa que eu avance
Pois tenho meu tempo
Sei que é difícil
Mas não sou impossível
Só lobo perdido
Isso já lhe disse é audível
Quase gritante lobo carente
Medo sempre habita
Mas você mostra que
Tudo pode e deve mudar
Mesmo desgarrado e fugitivo
Pode na montanha estacionar
E nos teus cabelos embrenhar
Mas tudo muito sereno
Neste instante percebe
Que eu espreito devagar
Sinta nas poesias como
Soa meu querer estar
Pois sou meio ou muito
Cauteloso, você diria medroso
De você aceito este adjetivo
Contundente e não muito precioso
Mas sei que teu afeto é
Para poucos afortunados
E que teu poder é pura sedução
E tem aqui neste valoroso ardor
Nunca deixei a construção
Só mudei o arquiteto
Do chão ao teto


Ulisses Reis®


Delírio

Ah, e se meus portões forem abertos,
E se essa ânsia estender-se ao máximo,
E se depois ele sair do seu esconderijo,
E se me tomar onde separo meus vãos,
E se me subir à cabeça e eu mais descer,
E se assim eu mais permitir de me perder,
E se não houver tempo de mais respirar,
E se explodir o chão perto de mim,
E se todas as palavras caírem para dentro,
E se tudo que guardo for embora junto,
E se nessa aventura de juntarmos um,
E se for tão rapidamente que se apague,
E se minhas frases não tiverem força,
E se depois um nada me tomar a mão...
E se você não aparece eu invento tudo
E se há não matéria nesse meu delírio
Há somente noite, dedos e segredos,
E silêncio.



Ricardo Fabião


Dialogo Poético - Colaboradores: Lou Albergaria, Ulissses Reis, Ricardo Fabião

Liberdade!... Onde está?


Liberdade!
Onde está!?
Fala-se dela mas…
Cego é aquele
Que pensa estar livre.
Liberdade
É uma utopia
É um modo de vida.
Só se está livre
Em pensamento.
Liberdade!...
Onde está!?

Bravo









Está na utopia do 'Livre Arbítrio
Na ilusão da 'Livre escolha'
Na falsa idéia de democracia.
E a natureza, senhora de tudo
Segue dando as cartas
E gargalhando a toa
De toda estupidez humana
Ante às leis causais.

Jairo Cerqueira


Atores, nunca autores.
Fingimos que decidimos
nossas dores, os amores.
Traçado está o caminho
a linha de nosso destino.

Drica


Diálogos Poéticos - Colaboradores : Bravo(imagem e poema),Pintura do Sr. do Vale" De dentro pra fora de fora pra dentro, Jairo Cerqueira, Drica

Cores e versos





Quero
Ao menos
Um dia
Que seja
Todo feito
De cores
E versos

Um dia
Sem temas
Sem assuntos
Sem eventos
Adversos

Os pensamentos
Submersos
Num mar de chá
De canela
E maçã

Um dia
Assim...
Meio Amsterdã


Arte e texto: Zélia Guardiano



Tenho


O que tenho é puro alimento
Basta para mim com aviamento
Me abasteço nas sete cores
Que saudades ter os mesmo amores
Ainda não aprendi sou multicores
Saio e caminho pelos corredores
Onde ainda tenho marcas
E em certo ponto dores
Mais sei sentir o vento
Ele sim é um alento
Aquele que traz um maravilhoso
Movimento
Amo as ruelas de Ouro Preto
Mesmo na escuridão
Lá almas vagueiam são uma
Multidão
Nunca serei completo
Me sinto ainda um deserto
Sou um ser demente na procura
Do certo
Ainda bem que temos sede
Isso é viver não só de concreto
Mas querendo mais, não o exato
Mas o que me faz muito pensar
Tudo aquilo que é incerto
Que me remete a discutir
Não nasci para ser somente
Um pequeno inseto




Ulisses Reis®




Diálogo Poético - Colaboradores: Zélia Guardiano (arte e poema), Ulisses Reis

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quando Jaz um sentimento




Bate o coração dentro do peito
Desafiando a lucidez de uma razão           
Explode loucamente e desse jeito
Acaba de uma vez seu sofrimento. 
Descompassando cada vez suas pancadas
Digladiando com a massa cerebral,
Bate o coração dentro do peito
Anunciando o seu estado terminal.
           
 Triturado por um cérebro pensante
 Jazendo derrotado e amargurado
 Vendo o túmulo que está ao teu aguardo
 Levanta a seguinte indagação...

_ Fosse esta briga com um cérebro idiota
Estaria eu caminhando para a morte?



Jairo Cerqueira  2004



Jazeis


Aqui escutando jazz
Que como o amor
Vem sincopado
E cheio de improviso
Jazer olhando o teto
Ainda me inflama
Sentimento e jazz
Nos dois
Mudanças rápidas
De tom e humor
E meu coração
Bate no ritmo
Do viver
Tem percussão
Mesmo jazida




Ulisses reis®




Diálogos poéticos: Jairo Cerqueira, Ulisses reis

Cão de rua









Cachorro perdido
Velho e fedido
Ela afaga
Gosta de bicho
Olha e desolha
Fica e namora
Cão de rua
Sem casa e amor
Faz do lixo sabor
Sem dono nem casa
Fica de cá pra lá
Lambendo a língua
Quer comida
Carinho de alguém
Orelha em pé
Cachorro de fé

Ulisses Reis®



terça-feira, 27 de abril de 2010

Raça de cães!... / O desvio


Raça de cães maltrapilhos
Que se erguem das cinzas
No meio da neblina
De uma selva nua.
Subjugando
O ser humano
A uma vida escrava.
Deixando somente
Restos mortais
De um sonho de liberdade.


Bravo



Raça de cães, andarilhos,
Homens-cães, tanto faz
Ora usam da força física
ora subjugam na mente
de um ser [in]defeso
mulher, normalmente,
a inocência tão somente.
Ferem a psiquê, tolhem
com técnicas, sem éticas
E derrubam, ACABAM
com um ser, podres raças
que erguem uma taça ao
prazer de ver no outro
já subjugado, o sofrer.


Mirze Souza




O desvio
    

  
  Eles eram milhares, uns sobre outros, com aquele escuro pesado dentro dos olhos. As ruas estavam tomadas, os sorrisos tomados, as possibilidades... 
    Passei calado com uma poesia escondida sob a pele, lentamente para que ela não acordasse ali. Eles me viram mas não sabiam meu desvio. Não puderam entender que guardo mundos, que arrisco minhas noites em rima e verso. Isso é muita estrada para o nada que carregam por dentro. Tomei a primeira esquina e saí...     
    Adiante, retirei do bolso uma luz já meio apagada e colei-a no céu para virar lua acesa. Ficou metade viva apenas, amarrotada de tanto esquecimento, mas era ainda uma lua que se via. - Pronto, a humanidade tem meia luz para uma chance. Do outro bolso puxei um velho sonho e o deitei em algum lugar. Dormi dentro dele e apaguei as chaves que retornavam... mas lá fora deixei a lua para guiar outro desvio.



Ricardo Fabião



Víboras peçonhentas
Mal amadas e ressentidas
Que na fraqueza dos que oprimem
Se fortalecem sem ver virtudes.
Na lágrima amarga da ilusão
Forjam o sorriso enganador
E enganam as dores que sentem à noite
Na solidão que lhes cobrem os rostos
Sugando o sangue dos que lhes beijam.


Jairo de Salinas
 


Diálogo Poético - Colaboradores: Bravo, Mirse,Ricardo Fabião, Jairo de Salinas. 


segunda-feira, 26 de abril de 2010

O primeiro desenho





Tema do diálogo: 
desenhos da natureza














O céu é de tão alto para muito mais
O sol é de tão intenso para mais luz
O céu gasta vãos com aviões e fumaça
O sol brinca de apagando-e-acendendo
O céu apanhou todos os azuis para ser
O sol engoliu luminárias e ficou aceso
O céu é pai das nuvens e das distâncias
O sol alimenta as manhãs e as estradas
O céu tem as paredes e os corredores
O sol está no abajur em cima do alto
O céu vai a todo lugar sem mexer o pé
O sol aquece tudo cá sem adormecer

O céu sobrevoa os desenhos do mundo
O sol vai mais baixo para pintar os dias
O céu gasta todo tempo sendo um vazio
O sol junta tudo e transforma em cores
O céu é de subir cada vez mais assim
O sol é de descer para encontrar chão
O céu tem tanta idade que nunca anda
O sol só vale o tempo de sua claridade
O céu não faz por esperar que aconteça
O sol descreve compromissos e horários
O céu é um arco por cima das cabeças
O sol é um fogo por dentro de tudo

O céu só há por haver sol
O sol por vagar nesse céu
O céu vai mais fora que as estrelas
O sol vem mais dentro que as células
Céu que por fora corpo
Sol que por dentro alma


Ricardo Fabião



Febo, após a Aurora, mancha o céu de um 
                                                               [amarelo-ouro.
Passa orgulhoso, queixo erguido, peito austero,
Como um escudo espartano.

Embaixo, na terra dos prometeus,
Uma criança humana brinca,
Feliz de sua mortalidade.



RODRIGO DELLA SANTINA



E senhor do 'ceu' sucesso
O Sol, galopante e soberano
Contemplando as regiões cerúleas
Segue em busca das montanhas
Para anunciar que está perto
O chegar das estrelas.


Jairo de Salinas




Sonha-se com o céu....
Inveja-se a tranquilidade do azul, 
com que podemos escrever o nosso nome...


Marta



Deito-me
Nas nuvens brancas
Que acariciam o sol
E deixo-me levar
Em rodopios de azul.

Lá em baixo
Deixo a escuridão.

Bravo





Diálogo Poético - Colaboradores: Ricardo Fabião, Rodrigo Della Santina, Jairo de Salinas, Marta, Bravo

 

sábado, 24 de abril de 2010

Alfazema / Ser - Estar







Que nada, just for one day!
esquinas se multiplicam
conquistam(nothing cold fall)
as luzes que iluminam o poste
ola luzes do céu
imaturo eu ainda me pergunto
quem sois eu
há,há,há
sois ninguém ,alguém
te respondeu
impostor de marca maior
condutor do ônibus
avesso as contradições
This chaos is killing me
e o céu me causa rancor
o amor me causa rancor
as memorias são o próprio rancor.



Mateus Luciano



Ser - Estar



E essa pergunta não se cala
enquanto vida existir
- Quem sou eu?
Eu hoje sou alguém
que na verdade se modifica,
se amolda, cria formas
a cada passo dessa estrada
Então não sou
Estou ...
Ser mutável, adaptável, flexível
Busco a cada dia algo novo em mim
Algo que possa aprender, sentir, aprimorar
Em minha essência encontro caracteres
que são meus, que me acompanham
Esses são imutáveis
Por mais que tenha tentado eliminá-los
para evitar o sofrer
eles persistem e me mostram
que algo em mim está além
Além do que possa querer
e contra mim praticaria
um ato de violência,
de castração, tentando extirpá-los
Assim, os aceito como parte de mim
mas não meu todo
e procuro sê-los da melhor maneira que posso.



Ianê Mello



Ouvi perguntarem quem eu era
De longe avistei um movimento
faces a rodopiar contraditórias
opostas e ao mesmo tempo lados
da mesmíssima moeda de pagamento

Falavam o mesmo idioma a contento
e me cumprimentavam queixosas
de suas virtudes que só eu invento
Dei-lhes versões mais carinhosas

para qualificarem essa nossa prosa
disse-lhes que sou este momento
um grande diálogo poético

entre e o que agora sinto e sou
e o que me traz o tempo
o resto é apenas o que passou
no mais,uma soma deliciosamente incompleta




Leila




P e d a ç o s


Pedaços partidos de mim

Dispersaram-se pelo mundo
Foram aos poucos divididos
Carregados por outros seres
N´uma lamúria sem fim
Tal náufrago moribundo
Ocupei espaços diminuídos
Cerco de números ímpares
Pedaços repartidos de mim
São só um refúgio profundo
Na biografia dos possuídos
Onde se mostram vulgares
Na penúria de um outrossim
No tempo fugaz d´um segundo
Invocando o minuto dos traídos
Vejo-os vivos em seus lugares


OBS: Infelizmente o autor do poema não se identificou.

OPS : Falha minha !!! - "Soy yo " ... sou eu o autor, IVAN CEZAR !!!!
tss - tss ....

......................................................................

Rsrsrs... Ficou engraçado,
vou até deixar aqui postado.
Ih...rimou (risos)

Como é que eu não adivinhei ?

Perdoado, meu querido amigo.

Ianê Mello



Diálogo Poético - Colaboradores: Mateus Luciano, Ianê Mello, Leila, Ivan Cezar



sexta-feira, 23 de abril de 2010

O que enfim, chamamos de amor? / Mão dupla




O que enfim, chamamos de amor?

O que enfim chamamos de amor?
O beijo perfumado do amado
O abraço ofegante e apertado
A esmola ofertada ao pedinte
Ou o retorno a cada ato de bondade?

Se o amor existe mesmo
Não deve ser perfumado
Caridoso, bondoso ou compreensivo.

Se o amor existe mesmo
Não está na estética, na cútis
Nos cabelos, no bem, ou mal sucedido.

Se o amor existe mesmo...
Ah! Se ele realmente existe...
É invisível aos olhos dos tolos
Dos arrogantes, dos rancorosos
É o mais belo entre os “horrorosos”.

Está mais na fome que no saciar
Pois, com o estômago cheio é bem mais fácil amar.

O amor dos corações flechados por cupidos
Dos casais casando e cansando apaixonados
Esse sentimento não chega a ser desprezível
Mas não faz sentido chamá-lo de amor

O amor está acima de todas as patologias cerebrais
Portanto, como a maioria da humanidade vive em estado terminal...
Esse “amor patológico” nada mais é que uma embriagues ofegante
É um conjunto de emoções que o transmuta para o ódio

Só se pode amar nu

E o mundo está cheio de amantes ultrajadamente trajados
Para os sensatos, o amor verdadeiro é inalcançável.
O que se pode é evoluir e aproximar-se cada vez mais do ideal.
Ainda assim, por mais que se evolua nunca se chegará ao ápice.
Pois, na sociedade em que vivemos, toda nudez será castigada.



 Jairo Cerqueira




Mão dupla


Se queres que eu sangre,
que eu doa,
que eu agonize,
que eu me lance,
que eu levite,
dê gargalhadas,
que eu me encontre,
alcance as alturas,
que eu siga para saber,
e volte sabendo menos,
que me perca em cálculos,
e seja feliz por mim apenas,
que eu dance,
e sufoque,
que eu exploda,
e insista,
que me assuste,
sem chão,
sem norte,
tudo isso sobre um vivendo-e-morrendo intensamente,
dê-me um só segundo de mundo a dois... 





O amor é sinônimo de sentimento.
Quem ama chora. Sorri.
É solidário.
O amor contraria o egoísmo.
Aquele que ama se doa.
Sofre por alguém que se foi.
Sente Saudade.
Imagine aquele que não tem amor;
O que ele faz neste mundo?



Machado de Carlos



Diálogo poético - Colaboradores : Jairo Cerqueira, Ricardo Fabião, Machado de Carlos


Corpo: Expressão da Arte



Olhem só que interessante!
O corpo utilizado como tela para expressar a arte "Body Art". 
Uma boa  fonte de inspiração, não?
Então, vamos dialogar? ...


 
 
Body Art - Craig Tracy



A tela é seu corpo
onde a arte se expressa
O pincel livre 
a escorregar pela pele nua
distribuindo cores
criando formas
A pintura como veste
a cobrir-lhe o corpo desnudo
Sensualidade e beleza
em perfeita harmonia






E o corpo ainda será corpo
Enquanto a tela, num esforço
Seja fiel aos teus traços
E nesta tela me desfaço,
Amenizando o cansaço
Vislumbrando o corpo seu
Pois nessa hora singela
Estou na sua aquarela
Artista que apareceu
 


Jairo Cerqueira
 
 

Pintura


Tinta que te desenha
No corpo e alma inteira
Nos teus seios, pincel vagueia
E o artista deslumbrado
Nas formas da musa
Cobre os próprios desejos
Com cores e vibração
O nu continua vivo
Mas agora mais colorido
Tinta que se derrama em cores que a vida exclama!
Tinta que pinta a vida,
que faz dos sonhos a despedida.
Tinta que escorre em pele
que nos cabelos a cor insere.
Que clareia ou escurece, a tinta da cor do dia que amanhece.
Que faz dos sonhos mais bonitos, deixando os olhos teus mais infinitos!




Sandra Botelho



Vestiu-se de cores e simbolos
fechou as pernas e os caminhos
dobrou-se e a coluna com arte
convida que se decifre seus pergaminhos
A pena do poeta a viu em branco
nem homem,nem mulher:um manto
muito menos dia e noite: tempo
sabedoria ou ingenuidade:idade
conhecimento nem verdade; gente
viu uma porta e uma chave
viu apenas o amor num canto
a esperar a eternidade de frente




Leila Brasil



Minha alma é jovem como um poeta inato:
Guarda em seu íntimo a necessidade
Austera de contemplar-se a si, fazendo
O todo não ser mais que a própria parte.

RODRIGO DELLA SANTINA



art



esguio corpo
desejo o corpo
as cores do corpo
os cheiros ,o corpo
as mentes do corpo
o cigarro apagado
o corpo
inocente flor,do corpo
alfazema de cheiro do corpo
a arte que imita a tela
o corpo
definhando amargo gosto
do corpo
pintado ,amado ,inflado
o corpo



Mateus Luciano


Estou quieta...
O meu corpo conta uma história, mas eu não sei de nada...
Ouço apenas...
Exclamações de surpresa,
elogios ao pintor,
sugestões para novas pinturas...
Não sugiro nada...
É só o meu corpo
que está pintado...
Será que ninguém olha para dentro de mim e me vê realmente?

Marta




Diálogo Poético- Colaboradores: Ianê Mello, Jairo Cerqueira, Ulisses Reis, Sandra Botelho, Leila Brasil, Rodrigo Della Santina, Marta


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