Poema
quando surges
urges urgências
imediatas
és apressado e deslizas
em palavras
que escorrem
no papel
Inexatamente exato
és perfeito
imperfeito sendo
pois que de pouco
muito se torna
e do muito
faz-se um nada
Poema
és alma lavada
purificada em pranto
Poema és sujo
nas palavras coloridas
em sangue
nas quais te embriagas
e te deleitas
Poema
és rarefeito
quando ar te falta
e ter perdes no vazio
Poema
és sombrio
quando turvado na dor
e te banhas em lágrimas
Poema
simplesmente és
a turbulência do momento
em que aconteces
ou a calmaria
de que por ventura padeces
Poema
simplesmente és
tempo e memória
Ianê Mello
O que pode ser um poema ?
Pode ser grande dilema
pode exteriorizar muita pena
pode só ser fantasia
pode mostrar alegria
pode cantar a beleza
pode demonstrar tristeza
pode todo ele ser paixão
pode abrir um coração
pode levar-nos a cantar
pode nossa alma alegrar
pode fazer padecer
pode em saudade se perder
pode dizer do nosso querer
pode surgir como um pranto
pode dar-nos certo encanto
pode pôr nossa alma nua
pode ser feito à Lua
pode ser jardim em flôr
pode sofrer de tanta dôr
pode, enfim... ser só ...de AMOR
Pode ser grande dilema
pode exteriorizar muita pena
pode só ser fantasia
pode mostrar alegria
pode cantar a beleza
pode demonstrar tristeza
pode todo ele ser paixão
pode abrir um coração
pode levar-nos a cantar
pode nossa alma alegrar
pode fazer padecer
pode em saudade se perder
pode dizer do nosso querer
pode surgir como um pranto
pode dar-nos certo encanto
pode pôr nossa alma nua
pode ser feito à Lua
pode ser jardim em flôr
pode sofrer de tanta dôr
pode, enfim... ser só ...de AMOR
Joaquim Vale Cruz
POEMA PÓS-IANÊ
O poema sobre o nada é tudo
Esse poema tem casa de caracol
Arenga é seu alimento matinal
Atriz sua musa preferida
Raiz seu pé esquerdo
Narinas seu pé direito
Avenida sua mão de direção
Catavento seu olho vago
Carismática sua cabeleira
Mensagem é sua alma
Encordoamento sua fala
Assim por diante o poema
Se descreve de modo incerto
Como se a humanidade fosse
Meninos em idade escolar
E sua missiva tão somente
Uma cartilha Caminho Suave
O poema lê Castro Alves
Com certo ar de enfado
Apresenta-se em vesperais
Diz-se comprometido
Com a construção em Machu Pichu
Com a desconstrução no Salgueiro
Num melê disso filmografado naquilo
Tudo o que lhe lembre vagamente
O fagote alvorecido de Cruz e Souza
Eis lá o poema descansado
Pega cor no tanque de lixívia
Coça o calcanhar de Aquiles
Voa com o 14-Bis
Varre, varre o Bomfim
Carrega o piano de Sinhô
Masca chicletes com Neruda
Come quitutes de Cora Coralina
Abre as comportas para Ianê Mello
Fecha o corpo de baile do Olimpiá
Acende o letreiro de Hollywood
Faz-se de tonto em Oito e Meio
Finge-se de morto em Braz Cubas
Acorda bem vivo no aquário
Que o Matisse pintou
Com peixes dourados.
Beto Palaio
AREIAS DO TEMPO
Os minutos fogem rápidos
cúmplices dos segundos que passam
...vertiginosamente.
Minha vida esvae-se
por entre minúsculos grãos
que escoam
rapidamente
dentro do vidro impenetrável
por onde deslizam
silenciosamente
as areias do tempo.
Verluce Almeida
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