Neste filme cult com Capitu em cena
Na dor da solidão de um cinema vazio
Nua parcialmente. Nas luzes que piscam
Onde ela se mostra a sorver doçuras
Seu jeito de ser. Segura e charmosa
Na ânsia de amar. Entre um take e outro
Um grande amor e fantasia
em olhos oblíquos de cigana
onde neles guarda
o poder da dissimulação
Capitu, mulher de encantos
fascínio, enigma, mistério
segredos e ardis...
Ambigua figura
sereia do mar
em seu canto que encanta
captando maliciosos olhares
Um passo para o vício
para o naufrágio do amor
O amor é total e livre, ou jamais o será
O cinema é rio. De janeiro a dezembro
Preto e branca é a cena. Com Capitu
Em filme salpicado de traços e manchas
A estória é um ranço, um jeu de mots
Com Capitu, a artista, a estrear nas telas
Um tanto tremida, incomum e devassa
A vida num flashback
Homem solitário e casmurro
Dom Casmurro se torna então
Desiludido e amargurado
à procura do tempo perdido
para atar as duas pontas da vida,
infância e velhice
Reencontra a sua vida
com essa mulher que lhe fascina
Fãs formam fila desde o dia da estréia
Uma webcam aponta para os letreiros
Ali Capitu aparece solitária e lânguida
Embora triste, exorbitantemente triste
Tendo nas mãos um camafeu de prata
Dele sai uma cobra deslizante e ferina
A testar Capitu como testou Cleópatra
Afinal, quem é Capitu?
A pergunta ecoa através dos tempos
Suspeita de traição
Adútera e profana terá sido?
Acusada pelo enciumado marido
nobre e altiva se porta
silenciando às acusações
Seu silêncio lhe confere grandeza
e reforça a dúvida existente
Assim, permanece o enigma.
Beto Palaio e Ianê Mello
(Inspirado em Capitu de Machado de Assis)
12 comentários:
Capitus são miusas aos amantes sedentos. Se obras do amante ou verdadeiras, isso é o que menos importa, são obras de arte como este poema que vejo. muito bom.
Um dia escrevi sobre a minha Capitu que chamo de Iracema, já que sou cá do nordeste, ceará, terra desta mesma:
"Olhos de ressaca porque cem anos de solidão não se publica na nossa América, faz séculos. Pois bem, para ela não cabia a alusão. Tampouco dissimulada poderia se lhe atribuir. Iracema trazia um baile cortês nos olhos. Uma coisa pura, cheia de transparências despidas. Quando muito, trazia um leve enjôo para os que não eram íntimos às altas águas. Marejado é um estado de viagem latente. E era isso que ela propunha aos desbravadores da terra dos amores pulsantes. Sombras idem não me vinham..."
"Tomavam-lhe fogo, bebiam do alambique sem fundo e se embriaguavam da mulher que não esperava inverno. No entanto, quando chegava, era gozo rápido e múltiplo na garganta da menina envelhecida, atenuada da rudeza do solstício. No seu tempo usavam-se chapéus por cortesia e glamour de sonhar residir bela época além daqui. Violentos eram somente os amores. E tinham de sê-los, senão não seriam amores..."
Adorei! Lindo!!!!!!
Coisa mais linda de se ler!
Parabéns aos dois!
Ficou perfeito...
Ah! Capitu... e seus olhos de ressaca... amo Machado!
A imagem é linda tb!
Beijos
História linda em verso sensação.
beijo
Graça
Linda Capitu, inspiração pra todas as mulheres, obrigada pela partilha,beijos.
Lindo Domingo, dia de Paz e Adoração
Dia de lembrar do Criador
Tenha uma linda semana, de bençãos.
No Hanukká ...
VIDA E AUTORIDADE
O princípio de nossa vida é o da submissão, assim como o princípio do pássaro é voar e o do peixe é nadar. Se todas as igrejas tomarem o caminho da submissão, esse fatos gloriosos serão revelados diante de nossos olhos.
Bjos.
Valquiria
Calado
Lindissimo!
Beijo
Graça
Palavras sentidas...humanas!
Abraço
Aluisio,
muito pertinente sua observação.
Belo seu texto.
Agradeço a partilha.
Abraço.
Grata, Paulo.
Obrigada, querida Colecionadora.
Volte sempre.
Bjs.
Fico feliz, Graça.
Bj.
Obrigada, Valquíria.
Bjs.
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