Jean Delville " O Amor das almas"
O amor é gestação, cresce no homem como a semente cresce na fruta.
O amor é fruta boa, cresce e engrandece alma de qualquer pessoa.
Crescer no amor exige cumplicidade, quem de si entrega acaba por ser recompensado.
O amor é sobretudo respeito e crença no ser amado, um eterno crescer juntos e lado a lado.
O amor que troca o certo pelo duvidoso, acaba por ser trocado pelo mais incerto ainda.
É maduro o amor que enxerga no outro sua própria face, sem as máscaras que a recobrem.
O amor que é claro nunca se finda, ao contrário, requer de acender mais luzes.
O amor retira os espinhos e valoriza a beleza e o perfume da rosa.
O mar lambe a areia, o condor plana no ar e o amor se esconde entre as folhagens do comigo-ninguém-pode.
O amor precisa de ar para respirar, de água para sobreviver, tal qual planta necessita para não fenecer.
O amor, às portas do que é demorado, acorda em síntese.
O amor é urgente, nas bocas unidas num beijo, é o desejo que aflora.
O amor pode ser para sempre num minuto e, no outro, nunca mais.
O amor é liberdade que finda em qualquer prisão, é um estar preso por vontade.
O amor rodeia tal uma tia santa, mas peca sem limites.
O amor é feito de pequenos pecados para os amantes apaixonados, sem limites na entrega.
O amor que não tolera insensatez é como labareda que arde no gelo.
A loucura faz parte do amor e dele se alimenta pois que dela pode surgir a total e completa entrega.
O amor quando se faz de ridículo dispensa as flores e evita os perfumes.
O pássaro voa no céu em sua plena liberdade, o amor dá asas para voar.
O amor é leve como espuma e bola de sabão, voa alto e, tal arco-íris, flutua.
O amor é tapete-mágico que nos leva `a lugares desconhecidos .
O amor nunca é livre e amiúde nos chama de cativos.
O amor é responsável por aquele que cativa, devendo retribuir-lhe em cuidados amorosos.
O amor é sempre um infante que chega à nossa aldeia para o batismo e a crisma.
O amor é chama que arde, é brilho que ofusca, é beleza que ilumina, o amor é o tudo no meio do nada.
O amor é pleno de contentamentos, desfruta, assenta, comove e nunca avisa hoje que poderemos padecer amanhã.
A meditação acalma o espírito, o amor acalma o corpo e o espírito se ilumina.
O amor é um imenso oceano, mas cabe num humilde pingo d´água.
Amor pode rimar com dor mas vale a pena insistir em pagar o seu preço seja qual for.
Beto Palaio e Ianê Mello
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