Pintura de Salvador Dali
Um nome apenas e se foi
Nem é mais nome nem nadaPois o nome existe no valor
Do que o guardar se gaba
O nome é sol e renasce
Sempre renasce...
O espírito reluz no escuro
entre cinzas e sombras
no sótão empoeirado
no baú de lembranças
jamais esquecidas
Fingir é perder a consciência
No escuro todos os gatos
são pardos
Ocultos em uma passagem
Nomes que nos seduzem
Amigos de nunca afastar
A promessa de reafirmar
Um compromisso qualquer
Com o que haveremos
Com que possuiremos
De nosso, repartido.
Amigos ausentes
no tempo que passou
Nada restou a não ser
o álbum de fotografia amarelecido
Não, não acenda a luz, por favor
ela faz cegar a visão já acostumada
com o breu da solidão.
Divirtam-se, na flacidez
Do instante fugaz, eólico
Ordenadamente sendo
Ausência. Ao propósito
Do nome agir, irresoluto,
Lutar contra o nada
E às vezes vencer...
O caos provável restabelece
uma nova ordem improvável
e o que era irreal, real se torna
Transmutar a dor é ato de coragem
Vencer a escuridão da inconsciência
e enxergar na luz o ser primeiro
Libertar-se da escravidão
da cegueira das ilusões.
Beto Palaio e Ianê Mello
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