Na amarelinha
Nove espaços a saltar
Onde o mais é menos,
E o menos é mais.
A menina está ao meio
No oficio de brincar
De pique, pega-pega,
Ou de amar.
Em brincadeiras
ela se perde
e por tardes inteiras
a diversão se entrega
mas a noite quando chega
traz outras sensações
em seu corpo que desperta
e se descobre diversa.
Agora parece mais alta
Ela pensa diante do espelho
Logo se espetará numa agulha,
pondo a existir bonecos
que ela descostura,
ajeita e remonta outra vez.
Sobre o pano, menção de frutos,
No contracanto de laranjas e flores
A trama do existir é de tafetá.
Em seu corpo já percebe,
como flor a desabrochar
em novas pétalas e perfumes.
Seus vestidos já não lhe cabem
e seus desejos afloram
em forma de sonhos eles vêm
ou ainda quando acordada
em seus olhos cor de mel.
Logo lhe surge o amor
Imaginário a principio
Depois se tornando visível
Acelerado, como ela, de passagem,
rumo em si, sol, mares do sul.
Entretanto algo alienado, amalucado
A existir numa camisa de força.
O amor lhe dá faceirices, desejos,
Anistias, realces, carnes de homem.
Nas noites de amor ela errava
entre os peraltas. E voltava
a brincar e a saltar,
como em criança.
Em anseios, amores, ardis
ela se perdia na noite
para se encontrar no dia.
Em sonhos se entregava,
se permitia ao amor se dar,
mas quando amanhecia
a criança lhe chamava
e a ela retornava infantil.
Em esconde-esconde se escondia
a mulher que já surgia
entre sóis e luas.
Beto Palaio e Ianê Mello
4 comentários:
Hoje, ao acordar
apenas o recal respira
e sente e pressente os efeitos
da noite, pergunta
(o que é acordar?)
aos outros, mortos
suspensos sobre vasos
de flores que não são de plástico.
Que magico amadurecer.
bjs
Insana
Belo,
Devir...
Bem vindo(a).
Obrigada,
sempre presente e sâ, Insana.
Bjs.
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