O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




domingo, 14 de novembro de 2010

DE MENINA A MULHER




Na amarelinha
Nove espaços a saltar
Onde o mais é menos,
E o menos é mais.
A menina está ao meio
No oficio de brincar
De pique, pega-pega,
Ou de amar.

Em brincadeiras 
ela se perde
e por tardes inteiras
a diversão se entrega
mas a noite quando chega
traz outras sensações
em seu corpo que desperta
e se descobre diversa.

Agora parece mais alta
Ela pensa diante do espelho 
Logo se espetará numa agulha, 
pondo a existir bonecos
que ela descostura,
ajeita e remonta outra vez.
Sobre o pano, menção de frutos,
No contracanto de laranjas e flores
A trama do existir é de tafetá.

Em seu corpo já percebe,
como flor a desabrochar
em novas pétalas e perfumes.
Seus vestidos já não lhe cabem
e seus desejos  afloram
em forma de sonhos eles vêm
ou ainda quando acordada 
em seus olhos cor de mel.

Logo lhe surge o amor
Imaginário a principio
Depois se tornando visível
Acelerado, como ela, de passagem, 
rumo em si, sol, mares do sul.
Entretanto algo alienado, amalucado
A existir numa camisa de força.
O amor lhe dá faceirices, desejos, 
Anistias, realces, carnes de homem.
Nas noites de amor ela errava
entre os peraltas. E voltava
a brincar e a saltar,
como em criança. 

Em anseios, amores, ardis
ela se perdia na noite
para se encontrar no dia.
Em sonhos se entregava, 
se permitia ao amor se dar,
mas quando amanhecia
a criança lhe chamava
e a ela retornava infantil.
Em esconde-esconde se escondia
a mulher que já surgia
entre sóis e luas. 


Beto Palaio e Ianê Mello




4 comentários:

devir antes dos nomes disse...

Hoje, ao acordar
apenas o recal respira
e sente e pressente os efeitos
da noite, pergunta
(o que é acordar?)
aos outros, mortos
suspensos sobre vasos
de flores que não são de plástico.

Insana disse...

Que magico amadurecer.

bjs
Insana

Ianê Mello disse...

Belo,

Devir...

Bem vindo(a).

Ianê Mello disse...

Obrigada,
sempre presente e sâ, Insana.

Bjs.

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