O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




domingo, 7 de fevereiro de 2010

O Artista e sua Criação

Pintura de Adolfo Payés


Num profundo esgotamento
corpo e mente se dissociam
A mente quer divagar
pelos mares da poesia
O corpo pede descanso
numa ausência de euforia
Como poder conciliar
vontades tão contraditórias
presentes num mesmo ser
A noite chega devagar
e com ela mil estórias
surgem na mente a brilhar
E o corpo já cansado
pede o repouso merecido
mas a mente é mais forte
e sobrepuja o sentido
fazendo o corpo quedar-se
à sua vontade vencido
A arte tem esse efeito
no artista produzir essa tensão
e assim de qualquer jeito
rendê-lo à criação


Ianê Mello



pretexto

entre o chão e as estrelas
quando a noite está quieta
voam os meus pensamentos
mas o corpo fica alerta

e equilibrado no limbo
entre o que sinto e o que penso
a alma arde desejos
mas o corpo fica atento

se a noite é de lua e o vento
sussurra melancolias
o corpo mantém-se cauto

mas a mente fantasia
que o corpo vigilante
é pretexto pra poesia


Fred Matos


Diálogo Poético - Colaboradores: Ianê Mello, Fred Matos

4 comentários:

Ianê Mello disse...

Belíssimo,Fred!
Ótimo diálogo.

Grande beijo.

Marcelino disse...

Ficou excelente esse diálogo do corpo com a mente, a matéria e alma. Muito bom.

Cynthia Lopes disse...

Gente o diálogo ficou lindo e expressiva a tradução da tela, por sinal uma das belas obras de Adolfo, a quem já acompanho a tempos. bjs

Ianê Mello disse...

Cynthia,

obrigada pela visita e comentário.
Volte sempre.

O Adolfo Payés é fantástico. Adoro usar as pinturas dele.

Bjs

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