O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

no dia que matei federico


ilustração: "Adão e Eva"
Fernando Botero


no dia que matei federico
um dia igual a qualquer outro
alguma coisa no meu umbigo
parece que mudou de lugar
mas o incômodo durou pouco
no dia que matei federico


fred matos


Deja Vu


Tudo que um dia vivi
vivido está e já é passado
Marcas indeléveis ou profundas
em minha memória

Meus atos impensados,
meus gestos calculados
Meus amores e desamores
O que sofri, o que sorri...

Tudo se perde na poeira do tempo
só restando a lembrança
ou uma vago deja vu,
aquela sensação meio que imprecisa
e inexata de algo já vivido

Aquela ferida aberta que sangrava
com o tempo cicatriza,
deixando, por vezes, uma marca
em nada mais dolorida 

E a lembrança do que fui
se perde no que me torno
e a cada dia que passa,
dia a dia, me transformo


Ianê Mello




Diálogo Poético - Colaboradores: Fred Matos, Ianê Mello





 

3 comentários:

Ianê Mello disse...

Belo poema, amigo.

Obrigada por sua participação.

Grande beijo.

Joe_Brazuca disse...

a vida pode ser fria, como sugere seu poema...apesar das mudanças que ficam...

muito bom !


abs

Fred Matos disse...

Obrigado, Ianê: é um prazer participar. Beijos.

Agradeço-lhe o comentário, Joe: sim, apesar das mudanças... Grande abraço

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