O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
domingo, 21 de novembro de 2010
PELES ACORDADAS
Sinto você
A invadir meu ser
Para uma lembrança
Do futuro
Onde estamos juntos
Num café
Numa viagem de trem
Pela Escandinávia
Ou mais perto
Em travesseiros
Ao acordarmos.
Como num sonho
o tocar de mãos
a maciez da pele
o calor do toque
Uma viagem a qualquer lugar
num paradisíaco despertar
de emoções, de desejos infindos
em nuvens de algodão flutuamos
num céu cor de anil.
Um beijo de línguas
Francesas e bascas
Faz em nós tic-tac
De relógios absurdos
Toques com vestígios
De um veludo suave
Para que mãos
Escorram como chuva
Em nosso encanto
Adornado de amor.
Em sua presença
morena e cálida
Presença doce, suave
Na França estamos os dois
em cama de cetim e flores
Em nossos corpos
amores, odores... afãs
Olhos nos olhos, amantes
em comunhão de almas e corpo.
O amor em cânticos
De adormecer deuses
Queima sem pressa
Em velas repartidas
nas mãos de anjos
Que nos acordam
Manhãs que anoitecem
Nosso quarto fechado
Por cortinas
Cor de carne.
Afrodite em sua luz
em nosso quarto presente
ilumina nossos sonhos
em noites de amor
em pétalas de rosa carmim
Angélicos seres alados
em harpas angelicais
dedilham sons celestes
Céu e terra
se fundem
no princípio único
do amor.
Beto Palaio e Ianê Mello
Nessa viagem de amor
De dois corpos em evasão
Fosse num trem a carvão
...Ou noutra qualquer viagem
Pela Escandinávia, ou por França
Que sempre deixa lembrança
De algo de novo e suave
Que sem qualquer outro entrave
Nos conduza a uma cama
Ou a doce travesseiro
Que nos leve a sonhar primeiro
Ou a um terno acordar
De corpos entrelaçados
E pelo seu suor colados
Em afagos sem igual
Em que a maciez da pele
Em suas mãos se revele
Flutuando em nuvens brandas
Percorrendo lindas ancas
Num céu azul, cor de anil
Em que as promessas mil
Se mudam em ternos beijos
Exalando tais desejos
Que o beijo francês exalta
E faz subir à ribalta
A nossa tensão já alta
Que toda ela se espraia
Nesses lençóis de cambraia
De cetim, ou entre flores
Em excitantes odores
Que à comunhão nos conduzem
Em que os olhos se embriagam
E se acendem como velas
Fazendo esquecer procelas…
Quando um cântico se entoa
Em coros de anjos tais
Ou harpas celestiais
Que acordam a nossa carne
Quando enfim os corpos se unem
E nessa união se confundem
Na viagem em que o amor
Foi personagem maior
Joaquim Vale Cruz
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
O amor é mágico, beijo Lisette.
Adorei! Eu, ficaria ali, em sonho... um beijo!
Ianê,
O que falar do amor que já não tenhamos cheirado ou saboreado?? Amor me abstrai; vou-me abstrair nesse poema até a madrugada...
Beijos em você!
Amar é tão simples...
Esquecer o mundo e deixar que tudo flutue...
Sentirmo-nos tão leves....atravessando o horizonte e encontrarmos a razão do infinito...
Beijos e abraços
Marta
Obrigada, amigos, pela carinhosa presença.
Beijos.
Postar um comentário