O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
AFORISMOS CRIADOS COM LITERATURA
A escrita se apresenta conforme o grau de nossa necessidade de expressão.
A escrita deve ser apreciada em seus diversos estilos literários, sem preconceitos e pré-conceitos, respeitando-se a liberdade de expressão.
Escrever é entregar-se ao deus da eterna correção.
O ato da escrita compreende o laborar as palavras, usando técnica, forma e conteúdo, mas não deixando de lado o sentir.
Tudo o que equaciona a prosa é poesia.
A escrita sem emoção é como um barco sem velas, ao sabor das marés.
O acaso escreve mais do que o conhecimento previamente estabelecido.
Há que se criar para escrever. A criação é o que a mola que propulsiona a escrita.
O sonho do escritor é sempre o mais breve, pois quase sempre cabe numa única sentença.
O escritor possui em si uma vontade de partilhar sentimentos e atingir seu leitor. Não escreve só para si, mas para o mundo.
A inspiração literária é mais uma das formas de bruxaria.
Escrever é uma alquimia que mistura vários elementos que compõe a mágica de uma escritura.
A musa inspiradora quando surge escreve a sua própria literatura.
O que diferencia literatura de um escrito qualquer? Quais os reais conceitos utilizados nesse julgamento?
Não serão já arcaicos esses conceitos?
Consciente ou não, o escritor contemporâneo é apenas continuação de uma tradição tão bem guardada como a da fabricação de vinhos.
Escrever é se utilizar do verbo como expressão de uma emoção, uma idéia , um fato. Escrever requer liberdade.
Há uma escrita que jamais será revelada, à ela rendemos um coro de milhões de palavras, mas em vão, pois o irrevelado é a literatura que apenas nos compete sonhar.
Nem sempre o pensamento se revela na escrita das palavras, mas estas ecoam por vezes dias e dias em nossa mente pedindo para serem escritas.
Na escrita a procura supera o resultado.
As palavras em certos momentos nos fogem como se fugissem do algoz que as aprisiona.
O escritor não é um excêntrico à parte da humanidade, ele é um ser que congrega toda a humanidade.
Escrever livremente, sem maiores pretensões, é uma catarse para a alma angustiada, sendo considerado o escrito como literatura ou não. O que importa nesses momentos é o ato da escrita, não o resultado.
Escrever é nunca perder o encantamento.
Literatura é paciência, parece-se mais com a tessitura de um tapete, um longo tricotar com palavras.
Como a aranha tece a teia, o escritor tece o verbo.
Disciplina e desregramento: estes são opostos essenciais para a escrita. Poucos são os que conseguem conviver com extremos sabidamente não cooperativos entre si.
Na escrita caos e ordem devem conviver pacificamente.
Enfrentar o texto por vezes é como tourear, ao mesmo tempo, em dezenas de arenas imaginárias.
O ato de escrever é o ato de entregar-se, sem medo, ao um mundo imaginário dos sonhos e saber voltar, quando necessário, ao mundo real.
Beto Palaio e Ianê Mello
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3 comentários:
Adorei o poético ensaio como escritor e poeta me senti muso, bruxo, profeta, arauto. Tudo que sua verve propõe neste poderosíssimo texto. Bjs!!!
olá,
Marcio,
bom te ver por aqui.
Obrigada e volte sempre.
Bjs.
Escrever é incomparável!
É partilhar do seu íntimo mais profundo com o mundo.
belo post!
beijo
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