O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




terça-feira, 12 de outubro de 2010

O anjo





E os dias passam, como a saudade que se alonga.

Tudo em meu redor é preto e branco. Só a grama é verde... a égua, parda... a acerola, rubra... o joão-de-barro, barro... como quando eu nasci.

Quando nasci, Deus descera de seu trono. Fora espairecer.

Um anjo alegre, brincalhão e esperto, tomou o seu lugar. Deu ordens aos mercúrios... fez serenata à Virgem... jogou água em Cristo... construiu um novo lar.

Quando Deus voltou, encontrou o Céu todo mudado. E viu que estava bom.

Quando nasci, um anjo alegre, brincalhão e esperto, veio ficar junto de mim porque Deus quis.

Mas hoje, na imensidão desta cinzenta esfera, não vejo mais o luminoso pássaro. Tudo em meu redor é preto e branco. Só a grama é verde... a égua, parda... a acerola, rubra... o joão-de-barro, barro... como quando eu nasci.

6 comentários:

Paulo Francisco disse...

Mas ainda tem cor. Gostei deste texto. Gosto de cores...

Anônimo disse...

Obrigado, Paulo! Grato pela apreciação!
Grande abraço,

Ianê Mello disse...

Belo texto, Rodrigo.
Fico feliz por sua colaboração.

Beijos.

Anônimo disse...

Obrigado, Ianê! A poesia se faz necessária. Por isso continuo(amos).
Grande abraço,

Cria disse...

Impecável, poeta amigo !

Anônimo disse...

Obrigado, Cria!
Grande abraço,

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