O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quinta-feira, 7 de outubro de 2010

AFORISMOS CRIADOS COM POESIA























Toda poesia é um sol que brilha entre outros sóis.


A poesia é a catarse da alma.


A criação de um milhão de poesias depende por vezes de uma única palavra.


 A poesia surge como o vento carregando folhas secas no ar. 


A poesia que arde a sensível pele é a mesma que perfuma o suave espírito.


A poesia é como a lua a iluminar a noite escura, cintilando palavras.


Quando o poeta finge que é rico, a poesia disfarça que é pobre.


Na falta da palavra exata, o poeta a inventa.


A poesia por vezes mora numa simples compoteira que pertenceu à avó da gente.


A poesia não tem idade certa, é uma criança num constante crescimento.


A poesia é um leão engaiolado, é força para criar diamantes, é cio de gestações, é fanfarra de arlequins, é canto de telha em pingadeira chorando garoas.  


A poesia é por vezes simples na forma, mas complexa no conteúdo.


Nenhuma poesia é um legado definitivo, tudo o que vem dela é apenas emprestado.


A palavra poética posta no papel não tem mais dono, pertence a humanidade.


Quem é esta que brilha como a alva do dia, formosa como a lua, variegada como o mar, formidável como um exército com mil bandeiras?


Poesia é chão de terra, é brilho de estrelas, é luar no sertão, é corredeira, é pau, é pedra, é pé no chão.


A poesia inventou a roda para não ter de carregar pesos. 


É a expressão da alma, é a placidez na calma, o vulcão em erupção, poesia na contramão.


O mármore guarda ciosamente a poesia, para chegarmos até ela temos de usar vigorosamente o martelo e o cinzel. 


É concreta, é abstrata, é elitista e zé povão, é digerível e indigesta, é confete, é festa, é choro e bolha de sabão.


Quando o vinho te olha, a poesia te escuta. 


É embebedar-se de palavras, é encharcar de sangue as mãos, é o poder da criação.


A poesia é jardim de nogueiras, renovos de verdes vales, frutificar das videiras, o florescer das cantarias, ou um carro de boi de chiado novo.


E o que é a poesia senão a matéria fria de letras postas ao chão para quem não reconhece nelas a menor razão?


A lua dos namorados, sempre repleta de poesia, jamais dá ouvidos para os lobos da má sorte.


Poesia é  arma quente que queima o coração daquele que finge que não sente.
Fica no caminho da rua de infância a estrada mais poética do mundo.


O poeta é um fingidor, diz Pessoa, e eu me pergunto o que finge. Será o poeta um enganador?


Quando se está só, ouvir um grilo cantar é um luxuoso conforto para a poesia.


Poesia é amar a lua, as estrelas, a mulher seminua, o amado desejado, o gato pardo, a rua de concreto, é amar o todo no nada.


Sê breve em seu penar e pródigo no distribuir palavras poéticas.


Palavras que escorrem na branca folha de papel como lágrimas a rolar na face: isso é poesia.
O difícil não é estar na poesia, mas ser a poesia.


É ver a lua no céu, fazer origames de papel, brincar de pique e cabra-cega, viver na busca do encontro,amar sem limites de entrega.


A poesia que agora se prova, foi uma vez imaginada.


O que a poesia promete ser é única em si mesma e mais nada.


Volta, volta, volta poesia, para que nós a completemos!


Poesia não é entendimento , é o sentir com a alma.





















Beto Palaio e Ianê Mello

2 comentários:

Anônimo disse...

As poesias são alicerces sólidos também para os nossos devaneios.
Vocês estão fazendo uma parceria admirável, parabéns!
Bjos
Glória

Ianê Mello disse...

Com certeza, Glória.

Que bom que está apreciando.
Obrigada.
Bjs.

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