O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quinta-feira, 28 de outubro de 2010

ODES PARA UMA FLOR




Flor da manhã
primaveril e orvalhada
botão que se desvela
pouco a pouco
entregue aos raios de sol
pétalas de cetim rubras
carmesim
Perfume inebriante
exala em todo ar
encanta os sentidos
em gemidos e prazeres.


Ela, ascende, com claridade
surge em chamas de alquimia
em trajetória além do canteiro
castelos de areia e fatos afins
longe dos afazeres humanos
com afável rito de exorcizar
amores descuidados em conluio 
flor que se compraz no ofertar.


Flor encantada
especialmente criada
 para o deleite de um só
Flor pelo amor despetalada
busca ao sol enamorada
e a ele se entrega
em pétalas, em perfumes
Em ofertas e cuidados
ele a acolhe rubro
 e com seu calor  a aquece
Mágico resplandece
r de flor e sol
Primavera de amor.


Do despertar em fatos narrados
desde os confins da trama eólica
ventos em cardumes desgarrados
agita cílios de flor jamais postiços
até ao lindo astral se abrir inteira
flor que doa primaveras imensas
a convidar aos gráceis momentos
num perpetuar de gozo em gozo.


Flor primeira
nascida no esplendor da estação
flor de quimeras
flor de espinhos que não ferem
Perfumes místicos e sublimes
em olfatos que se perdem
extasiados em completa doação
Flor mística de cor rósea
intumescida por inimagináveis deleites ...
Aberta em pétalas ao amor.  


Declara a flor sua independência
quer correr sombreados arvoredos
andar léguas para enfim se aninhar
perto dum regato cantor e inquieto
passar seus dias em total harmonia
a criar fantasias que se eternizem
escolar-se com as noites estreladas
na faina permanente do deslumbre.


Beto Palaio e Ianê Mello




Flôr encantada
Flôr da manhã
Flôr perfumada
e encontrada
despetalada
em terra chã...
Flôr dum jardim
Flôr de quimeras
que noutras eras
enamoravas
jograis, cantores
lindos amores,
damas enfim...
Flôr do encanto
do meu recanto
Flôr de jacinto
Flôr da roseira
a flôr primeira
da mais linda côr...
Flôr que desperta
Por fim aberta
em pétalas de amor...





Joaquim Vale Cruz

4 comentários:

Anônimo disse...

Que coisa mais linda, Ianê!

Amei! :)

Beijos, Flor...

Ianê Mello disse...

Obrigada, querida. :)))
Bjs.

Marta Vinhais disse...

Vê a cor....
Repara na elegância do caule...no aveludado das pétalas...
Sente, depois o cheiro...
Memoriza-o e abre os braços à beleza..
Desse botão de rosa que te adorna o casaco, alegra-te a secretária e que ofereces a quem ama...
Lembra-te, porém que a flor te amou primeiro....

Beijos e abraços
Marta

Ianê Mello disse...

Bonito, Marta.

Grande beijo.

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