Pintura de Ans Markus
E eu ressurjo com o vento
por detrás das verdes folhagens
e me contorço em sons e vibrações
inaudíveis aos ouvidos humanos
e me refaço em cores sublimes
e me transporto em nuvens
de puro algodão...
Eu, que sou massa esférica
ponte que atravessa o rio
rio que corre
mar que não se navega
Eu que sou pura e simples
perdida na poeira cósmica
invisível e fantasmagórica
Súplica contida no espanto
Eu sou o Espanto
que corre na mármore frio
e que se abriga no gelo
Sou a ponta do iceberg
Sou branca e pálida
Me desfaço em sons
Me perco em tons
Sutilmente me alastro
Como quem fere
a própria carne
e sangra de dor.
Ianê Mello
É-me domada a força do Mistério:
As sombras reluzentes me conduzem
À sensação do mais torpe Hemisfério...
(Eufrone e Tioneu, como introduzem-
-Se às sombras [Evoé!], de Juno vencem
As importunações, que lhes abusam).
Os silfos, furibundos, que pertencem
À Genética Classe de Saturno,
E da apolínea Héspere não sentem
Os mortos naturais do deus noturno,
Os gestos relatavam humanados
Ao Tempo, que de escuro era diurno.
Quebravam-se as pupilas; e, quebradas,
As refrações de um exalar noturnas
Lhes foram pouco a pouco assinaladas,
No tempo em que faltavam criaturas...
RODRIGO DELLA SANTINA
Imagem num deserto
que fica aqui tão perto
e nada deixa ver
senão a luz do dia
ou a manhã tão fria...dum vago alvorecer...
Sem as folhagens verdes
nem sequer vibrações
ou sons de corações
batendo de prazer...
Só essas vestes brancas
e mascaras grotescas
que cobrem faces frescas
que aspiram ao amor
mas sem ferir a carne
nem sangrando de dor.
apenas deixam ver
as nuvens de algodão
que forram o doce leito
onde o fervor da paixão
obriga a sair do peito
gemidos de prazer....
que fica aqui tão perto
e nada deixa ver
senão a luz do dia
ou a manhã tão fria...dum vago alvorecer...
Sem as folhagens verdes
nem sequer vibrações
ou sons de corações
batendo de prazer...
Só essas vestes brancas
e mascaras grotescas
que cobrem faces frescas
que aspiram ao amor
mas sem ferir a carne
nem sangrando de dor.
apenas deixam ver
as nuvens de algodão
que forram o doce leito
onde o fervor da paixão
obriga a sair do peito
gemidos de prazer....
Joaquim Vale Cruz
Contradição
Eu sou assim
Sou tudo isso
Sou nada disso
Sou contradição
Está tudo em mim
Refúgio e perdição
Sou completo
Do início ao fim
Sou mármore espesso
E água
Deserto e jardim
Sou contradição
Do início ao fim.
Lucio Tercio
4 comentários:
Linda estava com saudades de ti , pois ter amadoro, linda, mil beijos !!!
Boa temática! Parabéns pelo poema! Foi de inspiração...
Grande abraço,
Obrigada, amigos, pela presença e comentários.
Rodrigo, adorei seu poema.
Bjs.
Adorei as participações! Obrigada,Joaquim e Lucio.
bjs.
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