O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Entre a cruz e a espada



Ando pelo mundo há vinte e sete anos e inda não sei me despedir da dor.

Sinto meu peito se apertar modestamente ante a vanglória humana, esse martelo de verdade, essa razão primária da convivência. E isso por achar, com seu pedaço de alma, que o mundo em nada se parece com Florença...

Ele deseja a paz, a larga condição de estar na vida sem se cansar.

Ledo engano. A minha alma, a nossa essência, odeia o trânsito, a igualdade das condições; anela o espaço, o vão que faz o homem ser seu único motivo de existir e onde a utopia é a nova maneira de realidade.

RODRIGO DELLA SANTINA

6 comentários:

Ianê Mello disse...

Lindo Rodrigo, embora triste.

"E isso por achar, com seu pedaço de alma, que o mundo em nada se parece com Florença...

Ele deseja a paz, a larga condição de estar na vida sem se cansar."

Parabéns!

Sol disse...

embora triste, eu concordo com vc..
bjs.Sol

Jairo Cerqueira disse...

E quando tenta a minha alma relaxar
Insuportável se torna minha agonia
Apavorado saio da minha utopia
e logo volto ao sacrifício de viver.
Aceito leis, conceitos prontos e verdades...
As quais sequer dialogaram com a razão.
Mas tudo cansa, tudo um dia aborrece
Então preparo o meu ser pra esse embate
E com machado corto a cruz que me oprime
E com espada esse ser que me entorpece.

"Parabéns Rodrigo".

Bjs Ianê!

Anônimo disse...

Olá, Ianê! Muito obrigado. Fico deveras contente que o tenha achado lindo, embora triste. Mas a tristeza é uma grande beleza na poesia, não? Grande abraço!

Solange, obrigado pela apreciação. Como dito a Ianê, a tristeza às vezes serve à poesia. Grande abraço!

Jairo, obrigado. E sua contribuição deveria constar no post, não? Grande abraço!

Lou Albergaria disse...

A tristeza na poesia é uma inspiração a mais.

Parabéns, Rodrigo!

Um poema bastante contundente! Lindo!

Adorei o poema do Jairo também! Foi um diálogo intenso entre vocês.

Beijos!!!

Anônimo disse...

Oi, cara Lou! Sim, a tristeza dá bastante poesia. Muito obrigado pelo adjetivo!
Grande abraço,

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