O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Almas Submersas
Pelo crescente fluído
desta água
pressinto a fuga
o deitar...
destas correntes de rio cansado...
acordadas por açoites de Mar...
Nesse mar bravio
tragada pelas ondas a alma se perde...
num profundo mergulho
como um escafandrista
em busca de si mesmo
no ocaso submerso
de uma estrelano reflexo
abaixo do infinito
nas profundezas do oceano
a alma busca libertar-se
das amarras que a mantêm
ancorada no cais
correntes demasiado profundas
lamas carinhosas
percorrem a beleza
do espírito sem corpo
percorrem algas curiosas
que tocam sem licença
as carícias da certeza...
E num profundo deleite
a alma submersa
entrega-se aos braços do mar
aos mistérios revelados
em ventres de oceano
traz luz em escaldante areia
trono de Zeus que a tudo assiste…
Ianê Mello/ JC Patrão
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Um comentário:
Muito bonito o texto e seu diálogo com a imagem. Parabéns pelas escolhas: as palavras e a imagem.
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