O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sábado, 23 de janeiro de 2010

Por que canto?



Eu canto,
porque não quero chorar.
Não sou, como Cecília, poeta
Não sei o instante cantar
nem perpetuar.
.
Mas, eu canto,
Porque o meu canto
me ajuda a esquecer
Quão triste vive o mundo
Que não sabe mais cantar.
.
Eu canto, porque não sou alegre,
Mas, triste também não sei ficar.
Eu canto porque já passou
O meu instante de chorar.
.
Então, eu canto.
Para mim, para ti,
Eu canto,
Enquanto ainda possso cantar.


Lice Soares
..



Eu faço versos como quem chora
de desalento… de desencanto,
de nostalgia… alguma dor.
Mas, se como agora,
não há motivo nenhum de pranto,
em cada sílaba eu canto amor…
.
Também meus versos são emoção,
riso, ventura, volúpia ardente,
saudade ausente, esparsa paixão;
Deixo então no verso o meu calor,
desejo insano, sempre presente
e em cada sílaba eu canto amor…
.
Mas nos meus versos de rima louca,
há um estranho gosto que me excita.
De verso em verso a vida corre.
Mas se o destino se engana, ou se dormita,
e colhe antes do tempo uma flor,
eu sinto um acre sabor na boca
e faço versos como quem morre

em cada sílaba eu canto a dor!


Albino Santos


Profundas nossas palavras
que gotejam emoção
como se fossem lavas
de um vulcão em erupção

Viscerais e pungentes
arrancadas de nossa alma
Sentimentos tão urgentes
que necessitam de expressão
e não ponderam a calma

O papel é o veículo
para nossa exortação
O instrumento precípuo
à nossa liberação

Súplicas podem ser
e urgem serem ouvidas
a quem as quiser ler
para que sejam sentidas

Gritam eloquentemente
saltando aos olhos de quem lê
Não há de ser mansamente
que expressaremos o sofrer

Seremos por isso dementes
estando sempre a mercê
de críticas incoerentes?

Nos sabemos loucos
como bem disse Quintana
Nos importarmos pra quê?
Se nossa mente é insana,
a lucidez ... é pra poucos



Ianê Mello



Diálogo Poético - Colaboradores: Lice Soares, Albino Santos, Ianê Mello





2 comentários:

Ianê Mello disse...

Maravilhoso seu cantar, minha amiga!

Parabéns!

Beijos.

Ianê Mello disse...

Albino,

você fizeram um belíssimo dueto.

Parabéns aos dois.

Beijos.

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