O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

AGUARDA-ME...



Van Gogh



Tenho a alma vazia de ti
neste hálito que ainda te respira.
Aguarda-me!
Voltarei voando em forma de sonho
como poesia oculta num beijo que parte,
derradeiro.
Brotarei das constelações e dos céus
na discreta eloquência do silêncio.
Nos olhos já cansados, verás um sinal de fogo
para que me distingas na noite entre os pirilampos.
Aguarda-me!
Quero voltar a sonhar nos teus braços…


Albino Santos


Nesse céu azul de estrelas
a cintilar como cristais
Fixo meus olhos para melhor vê-las
e imagino seus sinais


Cada uma a cintilar
corresponde à um desejo
Minha imaginação a criar
tudo aquilo que almejo


As lágrimas em meus olhos
sinto quentes a brotar
Quando vislumbro meus sonhos
nesse céu a iluminar



Ianê Mello



Eu te vejo daqui debaixo
e espero um escorregão teu
no céu que brilha claro aí em cima
enquanto reflito tua luz no lago meu...
...assim que caíres em tua graça, ou simples-
mente enjoar do ar daí, minhas águas aqui
se ajuntam para amortecer a tua queda
como alguém já o fez comigo quando caí.


Lara Amaral




Tremeluzem amarelos no
anil [ou lápis-lazúli].


Chovem outonos do
Céu.



Marcelo Novaes



7 comentários:

Catiaho Reflexod'Alma disse...

Chegando pra conhecer...
volto com calam pra comentar.
Bjins entre sonhos e delírios

Akhen disse...

Ianê

Estou seguindo este diálogo poético e qualquer dos temas está perfeito.
Neste post, não para fazer diálogo porque não quero fazê-lo, por certo que irão aguardar para voltarem a sonhar.
Tenho umas letras que alinhavei já há algum tempo, que poderão ter por titulo

ESQUECE-ME

Quando hoje te pedi
que se entendesses não mais me querer,
que num postal escrevesses,
que apenas me escrevesses;
não vale a pena,
eu não sabia sequer o que pedia.
Porém, compreendi-o à partida
no adeus que me fizeste
e ao sentir no beijo
sem amor
que tu me deste,
o amargo sabor, o travo agreste
dum beijo de adeus e despedida.
Depois,
ao entrar nesta casa vazia
olhando as paredes nuas
deste quarto,
revi o tempo que vivi
e assaltou-me a raiva
desses tempos que perdi
vivendo a quatro.
Mas se algum dia chegares a ler
estas linhas que escrevi
e se alguma coisa de nós,
em ti,
ainda te restar,
não me recordes,
isso é de loucos.
Pois recordar não é viver
é ir morrendo aos poucos.

Ianê, eu era para ter colocado no comentário do Labirinto, mas o dialogo está tão bom, que não fazia sentido colocá-lo lá.

PAZ e LUZ no seu caminho

Ianê Mello disse...

Akhen

Lindo poema!

Já está lá postado.
Escolhi uma imagem. Veja se gosta.
Coloquei na categoria de Diálogos Poéticos.

Obrigada pela participação.

Preciso de seu e.mail para cadastrá-lo e você passar a ser um colaborador do blog.

Paz e Luz!

Anônimo disse...

Resolvi escrever sobre esta tela, pois Van Gogh é o meu preferido.

Só que não consigo deixar o espaço que eu gostaria entre os versos. Pois acabou que entre um parágrafo e outro ficou um espaço maior. E meu nome tbm, ou ele fica colado à última linha, ou fica muito longe, não consigo deixar só um espaço.

Se alguém souber como faz...

Beijos.

Ianê Mello disse...

Larinha,

ficou lindo o poema.

Estou super feliz em tê-la aqui.

Pode deixar que faço os acertos.

Obrigada e vamos continuar a sonhar...

Beijos.

Anônimo disse...

Que lindo conseguiste dizer em poucas palavras, Marcelo!

Ianê Mello disse...

Marcelo,

linda tua participação, amigo.

De extrema sensibilidade.

Sintetisaste bem a pintura de Van Gogh.

Beijos.

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