O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




terça-feira, 27 de abril de 2010

Raça de cães!... / O desvio


Raça de cães maltrapilhos
Que se erguem das cinzas
No meio da neblina
De uma selva nua.
Subjugando
O ser humano
A uma vida escrava.
Deixando somente
Restos mortais
De um sonho de liberdade.


Bravo



Raça de cães, andarilhos,
Homens-cães, tanto faz
Ora usam da força física
ora subjugam na mente
de um ser [in]defeso
mulher, normalmente,
a inocência tão somente.
Ferem a psiquê, tolhem
com técnicas, sem éticas
E derrubam, ACABAM
com um ser, podres raças
que erguem uma taça ao
prazer de ver no outro
já subjugado, o sofrer.


Mirze Souza




O desvio
    

  
  Eles eram milhares, uns sobre outros, com aquele escuro pesado dentro dos olhos. As ruas estavam tomadas, os sorrisos tomados, as possibilidades... 
    Passei calado com uma poesia escondida sob a pele, lentamente para que ela não acordasse ali. Eles me viram mas não sabiam meu desvio. Não puderam entender que guardo mundos, que arrisco minhas noites em rima e verso. Isso é muita estrada para o nada que carregam por dentro. Tomei a primeira esquina e saí...     
    Adiante, retirei do bolso uma luz já meio apagada e colei-a no céu para virar lua acesa. Ficou metade viva apenas, amarrotada de tanto esquecimento, mas era ainda uma lua que se via. - Pronto, a humanidade tem meia luz para uma chance. Do outro bolso puxei um velho sonho e o deitei em algum lugar. Dormi dentro dele e apaguei as chaves que retornavam... mas lá fora deixei a lua para guiar outro desvio.



Ricardo Fabião



Víboras peçonhentas
Mal amadas e ressentidas
Que na fraqueza dos que oprimem
Se fortalecem sem ver virtudes.
Na lágrima amarga da ilusão
Forjam o sorriso enganador
E enganam as dores que sentem à noite
Na solidão que lhes cobrem os rostos
Sugando o sangue dos que lhes beijam.


Jairo de Salinas
 


Diálogo Poético - Colaboradores: Bravo, Mirse,Ricardo Fabião, Jairo de Salinas. 


8 comentários:

Sandra Gonçalves disse...

Que esses cães morram de Raiva. Bjos achocolatados

Zélia Guardiano disse...

Parabéns, poeta Bravo!
Versos fortes, emocionantes, que dão um necessário recado...

Um forte abraço

Jairo de Salinas disse...

Víboras peçonhentas
Mal amadas e ressentidas
Que na fraqueza dos que oprimem
Se fortalecem sem ver virtudes.
Na lágrima amarga da ilusão
Forjam o sorriso enganador
E enganam as dores que sentem à noite
Na solidão que lhes cobrem os rostos
Sugando o sangue dos que lhes beijam.

Anônimo disse...

Os deuses são muitos, estão por aí e são terríveis;
Talvez sejam centenas, milhares, milhões;
E com certeza poderosos, belos, e horríveis...
Também por muitos amados, odiados, heróis e vilões.


UM ABRAÇO AOS COLABORADORES E A TI ZÉLIA, PELA CRIATIVIDADE, BELEZA, E SENSIBILIDADE EMANADA.

Ulisses Reis ® disse...

Minha linda estou com saudades de ler vc no meu Blog e quero muito que me ensine a postar aqui, pois me confundo, para postar esse dialogo poetico, que AMEI participar, beijos linda quarta!!!

Marta Vinhais disse...

Os deuses são ciumentos....
Castigam, impiedosos...
Proteger a verdade que soa no coração....
A razão da vida nesse deserto a que, por vezes, o mundo se assemelha....

Beijos e abraços
Marta

Anônimo disse...

Gostei dos textos. Gostei da prosa, meu caro Ricardo.
Abraços,

Ianê Mello disse...

Amigos colaboradores,

simplesmente brilhante essse diálogo; me emocionei de verdade.

Parabéns à todos.

Fico feliz por estarem aqui.

Grande beijo.

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