O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quinta-feira, 29 de abril de 2010

O COIOTE


Não sinto você uma pessoa.

Sinto você um sentimento
soprado pela maresia
de algum final de tarde
céu alaranjado de alegria
e quente...
ou, simplesmente,
soprado por algum arcanjo.

Derrama seu orgasmo sobre o mundo
e no escuro impenetrável
da minha alma...

Lou Albergaria



Medroso

Hoje sinto que me conhece
Melhor e com esperança
Deixa que eu avance
Pois tenho meu tempo
Sei que é difícil
Mas não sou impossível
Só lobo perdido
Isso já lhe disse é audível
Quase gritante lobo carente
Medo sempre habita
Mas você mostra que
Tudo pode e deve mudar
Mesmo desgarrado e fugitivo
Pode na montanha estacionar
E nos teus cabelos embrenhar
Mas tudo muito sereno
Neste instante percebe
Que eu espreito devagar
Sinta nas poesias como
Soa meu querer estar
Pois sou meio ou muito
Cauteloso, você diria medroso
De você aceito este adjetivo
Contundente e não muito precioso
Mas sei que teu afeto é
Para poucos afortunados
E que teu poder é pura sedução
E tem aqui neste valoroso ardor
Nunca deixei a construção
Só mudei o arquiteto
Do chão ao teto


Ulisses Reis®


Delírio

Ah, e se meus portões forem abertos,
E se essa ânsia estender-se ao máximo,
E se depois ele sair do seu esconderijo,
E se me tomar onde separo meus vãos,
E se me subir à cabeça e eu mais descer,
E se assim eu mais permitir de me perder,
E se não houver tempo de mais respirar,
E se explodir o chão perto de mim,
E se todas as palavras caírem para dentro,
E se tudo que guardo for embora junto,
E se nessa aventura de juntarmos um,
E se for tão rapidamente que se apague,
E se minhas frases não tiverem força,
E se depois um nada me tomar a mão...
E se você não aparece eu invento tudo
E se há não matéria nesse meu delírio
Há somente noite, dedos e segredos,
E silêncio.



Ricardo Fabião


Dialogo Poético - Colaboradores: Lou Albergaria, Ulissses Reis, Ricardo Fabião

9 comentários:

Iracema forte Caingang disse...

Assim seja querida.
Lindo seu poema tudo de bom BEIJÃO

Ianê Mello disse...

Parabéns, Lou, pela delicadeza do poema.

Seja bem-vinda.

Beijos.

Ianê Mello disse...

Parabéns, Ulisses, pelas palavras repletas em sentimentos, como um lobo que uiva pra Lua.

Grande beijo.

Ianê Mello disse...

Ricardo,

suas palavras sensibilizam, tocam a alma...

Belo, muito belo em sua verdade, dúvidas e tristeza.

Grande beijo.

Lou Albergaria disse...

Ianê, eu achei estranho, pois as outras duas postagens ficaram com os títulos colados ao meu, enquanto que as dos outros dias, cada poeta está separado em suas postagens. Queria saber por que isso ocorreu, por gentileza.
BJS!!!

Lou Albergaria disse...

Digo isso, pois os outros poemas não têm nada a ver com o meu. Por isso editei e tirei os outros títulos.

Insisto nisso, pois sou poeta que amo, essencialmente, a estética poética e os sentimentos que a envolvem e não a REALIDADE, se é que ela existe.
E venho sendo "perseguida" nesse mundo virtual por "poetas" que insistem em confrontar a minha poesia com a "realidade". E, com toda TRANSPARÊNCIA, não escrevo para a "realidade"; escrevo pela estética poética e isso já me engrandece profundamente.
Obrigada pelo espaço e atenção! BJS!!!

Ianê Mello disse...

Lou, lamento só respondê-la agora, pois só hoje vi seu comentário.

Na verdade, quando criei esse blog o meu objetivo sempre foi a interação entre os colaboradores.
Para que essa possa existir, dei acesso à todos os colaboradores nas postagens.

O que houve em sua postagem foi um diálogo poético, onde os outros colaboradores escreveram seu poema em diálogo com o seu.
Apenas quiseram dar outro título.

As postagens aqui não tem que ser individuais, essa não é a proposta do blog( leia as regras).
Muito embora eu não as proíba.

Prezo pela liberdade dos colaboradores de expressarem seus sentimentos da forma que lhes convier, desde é claro que não seja ofensivo ou agrida à alguém.

Se você se sentiu ofendida ou desrespeitada é um direito seu se manifestar, mas peço que não retire mais as postagens feitas pelos colaboradores.

Reflita que eles podem encarar tal fato como um desrespeito,não?

Vamos manter a liberdade de expressão, por favor.

Como poderei agora recuperar os poemas postados pelos demais?

Peço sua compreensão e reflexão.

Bjs.

Lou Albergaria disse...

Tudo bem, Ianê!!!!

E u que peço desculpas pelo stress.

BJS!!!!

Ianê Mello disse...

Lou,

que bom que compreendeu.

Sinta-se em casa aqui. Esse blog pertence a todos que aqui estao colaborando com esse marvilhoso trabalho, com liberdade e harmonia.

Tudo bem.

Bjs.

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