Espaço Curvo e Finito
Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças
E ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe,
Um longe aqui. Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.
Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças
E ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe,
Um longe aqui. Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.
Proponho esse lindo poema de José Saramago para nossa apreciação e inspiração.
Bem como essa linda mandala.
Em minha finitude e inconsistência
Me perco em caminhos mal traçados
Nas ausências, desventuras e no fracasso
Tento desatar meus próprios nós
e, aos poucos, me refaçoBusco um ponto de chegada na partida
Um remanso que me aplaque a alma
Merecido descanso de uma mente aflita
Das cinzas que me tornei, então renasço
Tal como a fênix um dia renascida
Das pedras construo um abrigo
e nele me protejo do cansaço
Das flores guardo o intenso perfume
Dos espinhos me desfaço
Montada em bravo cavalo
Pego a minha vida num laço
As tristezas vão-se pelo ralo
numa nova esperança que renasce
da semente que brota em meu ser
Consciente de mim mesma estou
Tornando possível o sonho de ver crescer
a mulher que em mim se formou
Ianê Mello
Muitas vezes somos aquilo que deixamos de Ser.
Ausência.
Onipresença ao inverso
Sinergia para menos
Utopia no sentido utópico de inalcançável
O que nos torna vulneráveis
Impenetráveis.
A Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida
De Amar e ser Amado.
Perdemos a capacidade de nos defender
Do medo de Amar
Entregar-se, deixar-se afundar na neblina da fumaça
Ser tragado pelo Inconsciente
Compartilhar o melhor e o pior de Nós.
O Bem e o Mal dentro da Gente
Irmãos Siameses
Que não nos livra da escolha
Nem da necessidade de Perdão.
Lou Albergaria in PESSOAS E ESQUINAS
Diálogo Poético - Colaboradores: Ianê Mello(mandala e poema), Lou Albergaria (poesia)
5 comentários:
Porque tudo fala de amor...
Esse amor que sempre ignorei, mas não mais o posso fazer...
Porque é teu, vive em ti, cresce em mim...
Como uma hera....
Beijos e abraços
Marta
O medo transcritos no limite da finitude... Saramgo se foi, mas só o corpo as idéias, o pensamento ficam.
O corpo... A razão... Submergem... Esvaem... Mas as palavras ficam, sua luz deixada como passos na areia deste mundo.
Ianê e LOU,gostei das duas formas de expressão,muito bonito.Beijo grande ás duas.
Obrigada à todos pela visita e comentário.
Valei, Lou, pelo belo poema.
Bjs.
Postar um comentário