O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
terça-feira, 20 de julho de 2010
A DENGOSINHA
Toda Capitu peca.
Ardente beleza.
Em divindade.
Mas tinha de ser.
Ela lá e eu cá.
Pois a dengosinha
Na luz da manhã
Não era minha.
Nem haveria de ser.
Pois ela inventava.
Nua inteirinha.
Linda e charmosa.
Um jeito de ser.
Beleza só dela.
Em ledo descaso.
Na primitiva moda.
Às pétalas doar.
Inteiramente nua.
Tal Eva no paraíso.
E eu o que faço?
Imagino dela ser.
Todinha minha.
E neste imaginar.
Sonhei acordado.
E acordado estou.
Sem a dengosinha.
Nem ninguém.
Que a substitua.
Nesta terra.
De ninguém.
(Beto Palaio)
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3 comentários:
Adoro estas palavras: Ser, Tua, Minha.. são intensas e belas para o poema que ficou divino!
Feliz dia do amigo,
Beijo
Beleza de contribuição, amigo. Valeu!
Lindo poema. Bjs.
Essas mulheres são uma loucura amado.
Um beijo grande e feliz dia do amigo.
Beijokas.
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