O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sexta-feira, 28 de maio de 2010

POETA FINGIDOR / Poesia - Loucura Lúcida


POETA É QUEM SABE OLHAR

O QUE NINGUÉM MAIS

CONSEGUE VER

POR ESTAREM

COM MUITA PRESSA

DE NÃO MAIS SER.


O POETA FINGE DORES

QUE NÃO SABE MAIS SENTIR

INVENTA ATÉ NOVAS FLORES

CHEIROS E CORES

DELICIA-SE EM NOVOS SABORES;

MAS O CORAÇÃO TRANSBORDA

ABISMOS VAZIOS

FRÁGEIS AMORES...


Lou Albergaria
Tela de Vladimir Kush






Poesia - Loucura Lúcida


Quintana em seu quarto no Hotel Majestik(hoje Casa de Cultura Mario Quintana-PA)
A diferença entre um poeta e um louco é que o
poeta sabe que é louco...
Porque a poesia é uma loucura lúcida.

Mario Quintana


Profundas nossas palavras
que gotejam emoção
como se fossem lavas
de um vulcão em erupção
Viscerais e pungentes
arrancadas de nossa alma
Sentimentos tão urgentes
que necessitam de expressão
e não ponderam a calma
O papel é o veículo
para nossa exortação
O instrumento precípuo
à nossa liberação
Súplicas podem ser
e urgem serem ouvidas
a quem as quiser ler
para que sejam sentidas
Gritam eloquentemente
saltando aos olhos de quem lê
Não há de ser mansamente
que expressaremos o sofrer
Seremos por isso dementes
estando sempre a mercê
de críticas incoerentes?

Nos sabemos loucos
como bem disse Quintana
Nos importarmos pra quê?
Se nossa mente é insana,
a lucidez ... é pra poucos

Ianê Mello


Se sou poeta, é por ser louco
Já nasci assim, marcado e torto
Vejo o mundo com mais lucidez
porque o vejo com outro olhar
Por ser poeta, e nasci marcado
Vejo o mundo de ponta-cabeça
mas não o maltrato, sou forte
como a natureza de um poeta é
como gado marcadom sou rei
meu olhar é majestoso, direi
sou o rio por onde passam
águas turvas e minerais
Além de poeta de mim
sou poesia dos demais

Mirze Souza



Praça da Alfândega (Porto Alegre) Quintana, Drummond e eu(Ianê)





Diálogos Poéticos - Colaboradores: Lou Albergaria( pintura e poema), Ianê Mello(pintura, foto e poema), Mirse Souza


4 comentários:

Lou Albergaria disse...

Ianê,

E O GRANDE BARATO DA COISA: NÃO QUEREMOS A LUCIDEZ; A CONSIDERAMOS ATÉ BASTANTE ENFADONHA...EU PELO MENOS SOU ASSIM... NÃO ABRO MÃO DA MINHA INSANIDADE NEM QUANDO PRECISO SAIR DE CASA...

BEIJOS DELICIOSAMENTE INSANOS PRA TI!!!!! COM MUITO LIRISMO SEMPRE...

Lou

Ianê Mello disse...

É isso mesmo, Lou. Nós, poetas , temos uma forma diferente de encarar a realidade.
Se para tantos somos loucos, o que importa?
Sejamos loucos conscientes da nossa própria loucura.

Beijos insanos e de grande respeito por uma igual.

Bom te ter aqui!

Lou Albergaria disse...

LINDO O POEMA DA MIRZE TAMBÉM!!!!

ADOREI!!!!!

POETA SEM INSANIDADE É UM POSTE, UMA LÁPIDE, UM SARCÓFAGO....A LOUCURA ALIMENTA NOSSA HUMANIDADE...

BEIJOS!!!

Ianê Mello disse...

Mirse,

lindo, lindo!

Grande beijo.

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