O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Avesso da Vida


OCULTAR A VERDADE
REVELAR A MENTIRA
SUBIR PRA CIMA
DESCER PRA BAIXO
DEITAR NA HORIZONTAL
ANDAR SOBRE OS PÉS
ESCONDIDOS EM PELE DE CORDEIRO.

CANSEI DE TANTOS PLEONASMOS!!!

BEBER ÁGUA LÍQUIDA
CHUPAR GELO SECO
EU QUERO DEITAR NA CAMA
PRA NÃO DORMIR
IR PRO CHUVEIRO
PRA NÃO TOMAR BANHO

COMER CARNE NA SEXTA-FEIRA SANTA
TREPAR MAIS VEZES QUE UM COELHO
COM A PARCIMÔNIA DE UMA TARTARUGA
SENTINDO CADA NERVURA
DO CASCO DURO.

VIVER O ANTAGONISMO DO ÓBVIO
JUNTAR OS OPOSTOS
SINERGIA DE SENTIMENTOS
AMPUTAÇÃO DO QUE SOBRA
GEMIDO VIRTUAL
IMATURIDADE
CARA DE PAU.

TRANSPLANTE DO QUE FALTA
TOQUE DE PELE
OLHO NO OLHO
CALOR QUE AQUEÇA.

E UM AMOR QUE SAIBA AMAR DE VERDADE
NÃO ESMOREÇA

GEMIDO REAL

PURO ÊXTASE.

EM UM GRITO ALUCINANTE DE SILÊNCIO...


Lou Albergaria



O AVESSO DA VIDA


Ser o avesso do avesso
Nem fim, nem começo
Rosto marcado
Amor roubado

Sentir sem sentido
Escutar o gemido
das entranhas do ser
Ser cego e mudo
Mas atento e preciso
Olhos abertos na escuridão
brilham mais do que a própria visão

Ser bom, ser mal
Não ser mais que fatal
pois a vida assim o é
Humanos somos, humanos...
e desumanos nos tornamos
quando ferido, quando apunhalados

Amor é para doar
mas há pessoas a magoar
corações cheios e amor
por não suportarem a dor
que eles próprios sentem
e não sabem asumir
Viver é um eterno fingir...

Fingir sorrisos,
Falsas alegrias
Palavras de fantasias
Vontades manifestas e nunca cumpridas

Beber o vinho da vida
Como fora o " Santo Graal "
Sentir-se o podereoso, o maioral
Mas a vida é mais que o sonho
A vida é estonteantemente real


Ianê Mello



Avezo 27,7

A verdade no avesso
Pode ser habituar a viver
Com clareza e cumplicidade
Saber que o bem querer
Cai para o alto
E nunca pegou de assalto
Disse a que veio
Fazer-te vinho
Também ir para o chuveiro
Mas não para banho
E não beijo no asfalto
Tocar teu olhar
Degustar teu gemido
Maturar tua mente
Fazer arder habilmente
Eu já grito alto em bom tom
Para que você escute no planalto
E de sobressalto você mude tua moral

Ulisses Reis®



Como alterar a solidão do espírito?
Meu fingimento é uma mudança física.
E inda que eu queira ser alguém distinto
A minha sombra se mantém escondida.

RODRIGO DELLA SANTINA


Diálogo poético - Colaboradores: Lou Albergaria, Ianê Mello, Ulisses Reis, Rodrigo Della Santina

7 comentários:

Anônimo disse...

Bastante cruel, mas se era o que vc desejava, você conseguiu!
Parabéns.

Anônimo disse...

Minha Ianê, minha cara Lou, estão indo ambas de vento em popa. Li suas postagens anteriores e dou-lhes minhas congratulações.
Grande abraço a ambas,

Anônimo disse...

Como alguma dificuldade, consegui dar minha pequena colaboração a este tópico-tema. Espero que a apreciem.
Grande abraço,

Ianê Mello disse...

Agradeço à você , leitores e amigos, pela presença.

Grande beijo.

Cria disse...

Criativo por demais !! Beijos.

Ianê Mello disse...

Cria,
obrigada.

Bjs

Lou Albergaria disse...

QUE SINTONIA FINA, HEIN?!!!!

SENTI COMO SE FOSSE UM ÚNICO POEMA A OITO MÃOS.....

MARAVILHOSO PARTICIPAR DESSE "OCTETO"...QUASE VIRAMOS GASES NOBRES...

AMEIIII!!!!!

SUPER BEIJO A TODOS!!!!!

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