Paráfrase do soneto "Nasce o Sol, e não dura mais que um dia..." de Gregório de Matos
O sol nasce garboso e pouco dura;
A luz traz na rabeira a escuridão;
Toda beleza tem ponto final;
Toda alegria tem sua sepultura.
Por que desponta o sol, se não perdura?
Por que és, brilhante luz, tão desigual?
Como se acaba formosura tal?
Como se enterra um bem e não suspira?
Que falte ao sol e a luz tamanho garbo;
Que falte à formosura tal firmeza;
E da alegria faça-se o traslado.
O mundo enfim é desditosa empresa:
Quaisquer tesouros tem por emprestado
Alicerçado apenas na incerteza.
RODRIGO DELLA SANTINA
5 comentários:
Belíssimo soneto, amigo!
Obrigada pela presença.
Bjs.
Lindo, Rodrigo! Parabéns!
É essa incerteza que nos alimenta...
Beijo imenso! Ótimo fim de semana!
amei!
Li uma coleção de poemas de Gregório. Acho o máximo e o poema de rodrigo está tão belo!
Um abraço!!
Muito obrigado, Ianê, Lou, Rosi e Carol! Depois de muito tempo ausente, fico deveras contente com a apreciação declarada de vocês de meu pequeno soneto! Muito obrigado!
Abraço a todas!
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