O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

PRIMEIRO ATO

Pintura de Rene Magritte


Têmpora
            nua
          crua
          cruel
                fria

 
Tempo
  esquivo
     cativo
           volátil
                   ilimitado


Na têmpora desvanecida
Nua tez de emoções
Crua como estopa
Cruel ao envelhecer
Fria em impressões


No tempo que vaga
Esquivo que escapa
Volátil como o ar
Ilimitado em sua finitude


Seca o ar o suor
da tez fria e nua
No tempo que se faz
cativo em agoras
No ar que escapa
em profundos ais
em noites mal dormidas


Na crueza das horas
um grito atento
no delimitar as linhas
que no rosto se apegam


É chegada a hora
nos minutos sem perdão


Cai o pano


...


finda o ato





Ianê Mello

2 comentários:

Camila Lima disse...

Belíssima composição, parabéns!

Ianê Mello disse...

Obrigada, Camila.

Bem vinda.

Bjs.

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