O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
CADAVRE-EXQUIS (10)
Projetam, imagens, cabelos
Na tela imensa, do cinema
Cabelos negros, musicados
Passeiam aleatórios ao competir
Com atores, sérios, resolvidos
Cenas, rostos em close
O preto no branco
Sem o artifício das cores
Máscaras que se sobrepõe
A compor o personagem
Sensualismo de princesa, oferta
Regada a acepipes olivais
Conservada em alvoroço
Num dos quartos do desejo
Prorrogação do carnaval
Em festa é como termina
Cerveja para todos
No bar da esquina
Vê mais uma, meu irmão
Birita que afasta a solidão
Sozinhos, adiante, folhas
Farfalhantes, filmes ligeiros
Correm a três por quatro
Solos, solas, salas, selos
Quiseram ser, estampas, mil
Sobre a pele nua
Em deslumbres de cetim
A fragilidade que se esconde
Dentro do invólucro que a reveste
Beto Palaio e Ianê Mello
( Ilustração: Cena do filme Noites Brancas de Luchino Visconti)
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