O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
CADAVRE-EXQUIS(13)
Num arrebatar de folhas secas
Sopros de flautas no bambu
Vestes vazias, flores que voam
Destinos desenhados com giz
Tão remotos, toscos, tempos idos
Fugidio como o vento
Se esvai na poeira
Bicho solto e sem dono
Passado que se funde
Num aglomerado de sonhos
Na brisa leve do porvir
Tudo o que fazemos conta
Os caminhos surgem fechados
Oclusos perto do que se imagina
Inscritos no que já vivemos
Cantilena de dores
Amores pueris
Paixões que emudecem
Corações em conflito
Submersas emoções
No rio do tempo estamos
Peixes em humanas vestes
Nadamos contra a maré
Dos acontecimentos ao redor
Somos, estamos, temos, existimos
Entre lágrimas e risos
Enganamos a verdade
Resistimos com coragem
Aos dissabores e decepções
Desatamos nossos nós
Beto Palaio e Ianê Mello
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