O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CADAVRE-EXQUIS (14)




A quebra-pedras floriu
No leve inverno de Maio
Prenúncio apenas acompanhado
Por um vento ainda tépido
Algo a diminuir o Verão

Sob um sol esplendoroso
A natureza se revela
Em flores de raros perfumes
Alfazemas, jasmins, lilases
Cores que cantam o amor

O espaço é das andorinhas
As quais voejam acrobáticas
De par em par, aqui e ali
Formando ninhos e filhotes
Tempo de anunciar afeições

Na manifestação mais pura
Ao contemplar dos amantes
Pele e relva encobertos
A trocar carícias
Pela natureza resguardados

Os seres se protegem
Mais do que deveriam
Do permanente inverno
Quem ao coração renega
Carinhos da entrega plena

Fulgurante estação
Ao despertar da aurora
Revela o pulsar da vida
Em vibrantes sentimentos
A amorosa comunhão



Beto Palaio e Ianê Mello

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