O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
POEMA TRÊMULO
Em momentos doados
Ao sublime do humano
Com açoites adocicados
Dos sonhos sem sono
O dormir longe da fronha
Na lâmpada amarelada
Gênio do bem e do mal
Verdade que se desvela
Em mistérios e alquimias
Tesouros de encantos
Por demais abrandados
Nada quebra o feitiço
Da meia-noite em ponto
Ao soar doze badaladas
Na solidão de ruas vazias
Uma cruz na encruzilhada
Uma alma perdida
Escuridão que avassala
Irrompe laços infindos
Em orações no altar
Ali um gato mia em assovio
Seus olhos são relâmpagos
Ultrapassados por pai e mãe
A memória sai pela têmpora
Raízes fundas no sol da manhã
Suspenso na bruma
Ao som soturno do corvo
Corpo que se abriga desde
O escuro do nada aprisionado
Revelado e liberto na aurora
Beto Palaio e Ianê Mello
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3 comentários:
''O vento que separa, a alma que acalma. Passos que revelam e olhares que penetram. Foi-se o tempo em que sabiam-se de tudo e de todos mas, assim como muitos, a ausência da paz contornou-se a aquele local, mas ainda havia a esperança de jogar o contrário do bem ao mar.''
Belo post, minha vinda diária aqui é mais do que certeira!
Abraços!
André da Silva
Parabéns, dupla.
Uma imagem tão horripilante quanto radiante. Consegui acompanhar, cautelosamente, sem fazer um barulhinho sequer. rsrs
Obrigada, Andre e Jairo, pela presença e comentários.
Bjs.
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