O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

CADAVRE-EXQUIS (3)



Ao buscar entendimento
Do vagar a esmo enfim
Que se tem atento aqui

Onde o entender é limitado
Ao fingir que entendemos

O espírito recoberto
Pela carne viva
Nada mais é que casca
Invólucro, embalagem
O dentro é que nos habita

Casas demais precárias
Flutuar em moradias
Leves folhas poéticas
De aventuras diversas
Do poema a desconstruir


A vida a cada instante
Efêmera e fugaz
Em sonhos acalentados
Transmuta desejos em realidades
Que muitas vezes são opostas

Aos diversos meios
Que buscamos concluir
Sem pressa ou medo
Num fazer sem limites
Achar o fim no começo

Mas no fim há o recomeço
Como no caos a ordem
Que gradualmente se restabelece
Pois a vida é esse
Ir e vir que é infinito


Beto Palaio e Ianê Mello

4 comentários:

Evandro L. Mezadri disse...

Aprecio muito a literatura de vocês, acho muito rica, enigmática e atraente.
Abraço, sucesso, feliz 2011!

Anônimo disse...

Buscamos vários meios mesmo, as vezes até indevidos. É necessário concluir de forma certa.
Feliz ano novo.

Paulo Francisco disse...

Adorei ter conhecido este blog.
Que você tenha muito mais parceria no próximo ano.
Feliz 2011!

Ianê Mello disse...

Obrigada, Evandro, Lari e Paulo pela presença e comentários.

Feliz 2011 para todos.

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