O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
CADAVRE-EXQUIS (2)
Sonâmbulos incrédulos
Marejados em lagrimas
Em acessos de cólera
Percebem-se estranhamente
Dotados de cósmico poder
Vazio de significados
O brilho dos olhos
Replicado em espelhos
Numa avenida elétrica
O caminhar irresoluto
Em sôfregos arpejos
Flamejantes gestos fugazes
Num balançar de corpos
Êxtase quase inumano
Em rompantes de desejos
Ocultos e proibidos
Pecadores como a pele
Perfumada do pêssego
Liso ao mesmo tato
Entregue ao prazer intenso
Como um golpe de espada
Num duelo de titãs
Corre à espreita e ao largo
um lobo que fareja
A morte que se aproxima
Perto o bastante
Quando vimos ambos
O suficiente para saber
Que um completa o outro
Com doações ilimitadas
Beto Palaio e Ianê Mello
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3 comentários:
Belíssima poesia, rica em palavras, visceral em suas frases, viajante em sua mensagem.
Grande abraço, sucesso, feliz 2011!
Muito bom mesmo... Bom conhecer!
Abraço!
tenha um Ano Novo repleto de luz, com muita paz e saúde. Parabéns pelo blog.
http://danbrandao.blogspot.com
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