O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




domingo, 1 de agosto de 2010

O Segredo da Lagarta


Sempre tive fascínio em querer ser borboleta.

Precisei de quase toda uma vida para aprender
Respeitar e admirar a lagarta.

Não é nada fácil construir um casulo
Para se abrigar, se proteger
Evoluir
Transmutar-se
Morrer para irromper...

Abrir mão da própria vida
Para que outro Ser
Assuma a sua existência,
Doando-lhe o espaço e o tempo.

Sem a lagarta,
A borboleta jamais poderia criar suas asas
Para voar...

Deve ser por isso, então, que ela seja tão efêmera
Dura menos de um dia
Porque a alma que se entregou por ela,
Abdicou de si mesma para que esta pudesse existir
Já se foi...
Ficou apenas o rastro da sua imensa generosidade para que todos possam cultuar e aprender.

Hoje aprendi que borboletas são apenas o rastro da imensa generosidade das lagartas.


Lou Albergaria in PESSOAS e ESQUINAS


Tela: Ana Luisa Kaminsky

5 comentários:

Ianê Mello disse...

Lindopoema,Lou!
Obrigada pela colaboração.

Bjs.

Anônimo disse...

Tão lindo :)

Alexandre Lessa disse...

Lou, que belo poema!

As borboletas também exercem alguma influência sobre mim, a pintura que é seu vôo. Vivem tão pouco, e nos brindam com tanta beleza!
Parabéns,
Abraços! :)

Vanessa Vieira disse...

amei o poema! PArabéns pela criatividade!

Lou Albergaria disse...

Obrigada, queridos amigos, pelas ternas palavras de incentivo!

Beijos no coração de todos vocês!!!

Lou

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