O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Desistência
Derruba do teu rosto as lágrimas mendigas.
Busca no teu sofrer o que te exulta. Fora,
É sem piedade o mundo e te diria histórias
Só pra te amargurar mais tristemente a vida.
A dor, ela somente, é nobre, e é grande, e amiga.
Tenta amá-la, que um dia irás. E, dessa forma,
Ela se tornará pra sempre a tua glória
E o pó que cobrirá teu corpo na partida.
A vida é sem remédio e os deuses não se importam.
Sofre sereno, de alma altiva, sem da boca
Soltar um grito de lamento, e te confortas.
Guarda no peito toda a tua tristeza. E roga
A Deus ao menos sua costumeira força
Pra andar junto daquela pela vida toda.
RODRIGO DELLA SANTINA
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6 comentários:
a dor é nobre e o poema gira em torno dessa nobreza.. belo poema!
Nao sou de desistir.
bjs
Insana
Muito obrigado, Luciana! Fique à vontade para visitar meu blog pessoal, se quiser.
Abraço,
Rodrigo,
Que poema lindo!!!
Tocou-me verdadeiramente...
Parabéns!!!
Beijos a todos!!!
Obrigado, Lou, fico contente que meus versos tenham lhe tocado. É um grato prazer para mim sua apreciação!
Grande abraço,
Eis um belo diálogo in absentia com o heterônimo Ricardo Reis de Fernando Pessoa: "Segue o teu destino, rega tuas plantas..."
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