O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
sábado, 30 de abril de 2011
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Bem Vinda
Eis que a verve poética
a mim retorna
como velha companheira
das noites insones
dos dias vazios
Por onde andou,
que caminhos percorreu
sem minha companhia,
não sei...
Hoje agradeço seu retorno
e que em minhas mãos vazias
novamente faça sua morada
em palavras, versos, verbo
minha voz se faça ouvir
pois que o silêncio
que em mim habitava
num despertar altivo
faz-se voz
Casa da Memória
O passado na soleira da porta
a espera de seu dono: o tempo
Como folhas secas pelo chão
que se acumulam
e no vento se vão
Passado no correr do tempo
no lamentar das horas
nas rugas que a face
simplesmente abriga
Tempo
senhor da vida
faz do presente
o passado que se ausenta
e que sempre
a espreita
se esgueira nos cantos
nos umbrais
nos portais
da memória.
Ianê Mello
Meu Remanso
esse colo que acalenta
em que me deito e descanso
esse colo, meu remanso
calmaria e placidez
ah, como preciso desse colo
para descansar meu cansaço
minhas dores, meus temores
esquecer a dureza da vida
as nuvens negras
da tempestade
que se avolumam
e tomam proporções assustadoras
ah, como necessito desse colo
de uma voz que fala mansa
de um olhar que tudo diz
dessas mão que acariciam
meus cabelos ...
suavemente
diexe-me pousar minha cabeça
pesada de desvarios
perdida em desalentos
apenas deixe
que ela
pouse
em seu colo...
quinta-feira, 28 de abril de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Em Silêncio...
Sabe, já não sinto mais
o gosto amargo em minha boca
como não sinto o sal das lágrimas
que escorriam do meu rosto
Já não há lágrimas...
Dentro, apenas dentro
há sempre um vulcão pronto
para explodir, mas não...
tudo o que sinto é o peito
a queimar em lavas...
inevitável implosão
Dentro, apenas dentro
me sinto viva
ou o que de mim ainda resta
do que fui um dia
num passado
que hoje é apenas névoa
na escuridão
Deveria dizer palavras amenas,
palavras de encantamento,
palavras de esperança
Me desculpem, não agora...
minha alma dentro apenas chora
um choro contido e em silêncio
...........
Apenas peço que respeitem
minha dor...
É sim!
É, sim...
É o meu coração,
outra vez, em tempo de espera.
É o meu coração,
a cantar uma nova era,
a ver despontar,
por entre os madrigais,
uma nova canção,
a espalhar-se como oração.
É sim!
É o meu cantar,
neste tempo,
a dissipar os desalentos,
a fincar a esperança,
por entre as solidões.
É sim!
mais um tempo,
a debulhar a minha fé,
a ordenar-me a ficar de pé
e encarar esta certeza
de que, ainda, há, por estes espaços,
-a cantar-
e de que permanecerá,
eternamente,
a beleza do amor canção.
É sim,
pura canção,
a levantar a fraternidade,
a firmar a solidariedade,
a solidificar o respeito e a amizade,
a fincar Amor e Justiça,
nos corações.
É SIM!
Otelice Soares
sexta-feira, 22 de abril de 2011
De corpo e Alma
No limite do desejo
mergulhando no escuro
desarmada
entregue
de alma e corpo
desabrochando para o amor
Não diga nada
apenas venha comigo
mergulhe nesse infinito
não tenha medo
amar é o segredo
ajude-me a desvendá-lo
Sem controle
sem medidas
sem razão
Deixe-se dominar
pela emoção que aflora
No pulsar das veias
no bater do coração
escute o som
da vida que grita
Liberte-se...
Ianê Mello
Envolta em silêncio
Eu sinto...
pela palavra não dita
e pela dita ao acaso
pela que não foi ouvida
pela palavra inexata
pela falta de sentido
pela falta de tato
pela pressa
pelo cansaço
pela presença...
ausente
Eu sinto...
pelo tempo perdido
pelo esforço
pela noite mal-dormida
pela insônia
pela falta de espaço
pelo pouco caso
pelo embaraço
pela escassez...
do abraço
Eu sinto...
por perder sem querer
por lutar em vão
por tentar entender
por não encontrar a razão
pelo desperdício
pela escassez
pela humildade
pela embriaguez
pela covardia
Eu sinto...
sinto muito
por sentir tanto
Ianê Mello
terça-feira, 19 de abril de 2011
Vislumbre
Rene Magritte
Há uma fresta de luz
em meu olhar
coberto pelo pelo pó
anos cegos vividos
na poeira do tempo
esquecidos
anos sem luz
solidão das horas
marcadas pelo tic-tac
de um velho relógio
na sombra de noites vazias
silêncio e dor
alma atormentada
vida que se esgueira
nos desvãos da ausência
...
pela fresta do olhar
a luz se acende
Ianê Mello
Em tintas, anfóteras cores
A Mulher se desnuda
no canto do olho
um pássaro faz seu ninho
defeca um arco-íris
voláteis amores
sentimentos e sombras
no fundo da lente
em semifusa demência
desmaio mais um gozo.
Lou Albergaria
Em tintas, anfóteras cores
A Mulher se desnuda
no canto do olho
um pássaro faz seu ninho
defeca um arco-íris
voláteis amores
sentimentos e sombras
no fundo da lente
em semifusa demência
desmaio mais um gozo.
Lou Albergaria
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Uma alma

Lina Tâmega era apenas um tremor de alma.
E eu que sou?
Um eco rouco de uma ninfa se amor.
RODRIGO DELLA SANTINA
sexta-feira, 1 de abril de 2011
AhCORDA!
Acorda! o sonho poesia
Abraço
Teu peito, meu abrigo
Enlaço
Na pele, o pecado absolvido
Lábios molhados
Enxugam a música, que
goteja de teus beijos.
Vem, e me cobre de ninho
Preciso amanhecer em tuas asas
Logo bem cedo
Lou Albergaria
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