O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quarta-feira, 18 de agosto de 2010

SE COMPREENDE




Promete-se tanta coisa
sob o efeito analgésico do anizete
Um trenó cheio de presentes
uma casa em Biarritz
Um diamante em discreto anel
promete-se tanta coisa
Na busca do sonífero da hora
ao bater aflito do coração
A solidão compartilhada
Num jardim de desejos
Há que compreender
as juras que nunca se realizam
Quando pela manhã
recolhemos um sapato aqui outro ali
A meia esquecida na sala
e o dia chuvoso em Paris
Ruim demais para todas as coisas
até para apanharmos um táxi.


(Beto Palaio)

4 comentários:

Marta Vinhais disse...

E as juras que fazemos a nós próprios???
Pura traição à nossa vida, ao corpo, à alma...
Pior que estar à chuva, sentir como ela se infiltra em nós...
Pior que o chão gelado que nos faz patinar....
Quebramos as juras, quebramos toda a confiança em nós....

Beijos e abraços
Marta

Insana disse...

Belo texto.

bjs
Insana

Marcelino disse...

Muito bonito o texto do Beto Palaio e se comunicou perfeitamente com a foto que o encabeça.

Ianê Mello disse...

Amor, belíssimo texto!

Obrigada por tê-lo compartilhado aqui.

Bj.

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