Sinto meu corpo a dissolver-se
a desconstrução em mim
de um ser já em desespero
O que resta?
Não mais me reconheço
Sou um mero espectro do que um dia fui
Quem sabe possa renascer mais íntegro
Agora, só me resta
deixar-me diluir lentamente
até nada sobrar desse meu eu
Reconstruir-me exige coragem
mas voltarei pois esta não me falta
Surpreenderei a todos,
amigos e inimigos
Preparem-se para o meu retorno...
Ianê Mello
Não sou a imagem daquele espelho.
Meus cabelos estão brancos, sem vida.
Meu rosto é calmo e enrugado
Parece que o coração se perdeu...
Este espelho não mostra a minha alma.
Assim, sem vida, está minha face.
Meus olhos são tristes e vazios
Não suporto mais os dias tão frios!
Tenho as mãos enrugadas e mortas
Não tenho rosto, não tenho força.
No espelho, vejo a morte vazia!
Machado de Carlos
Publicado no Recanto das Letras
Código do texto: T1420338
Retrato da Vida
Eu não tinha este rosto frio e triste
Meus músculos estão fracos, sem forças.
As mãos tremem e estão calejadas Não sou a imagem daquele espelho.
Meus cabelos estão brancos, sem vida.
Meu rosto é calmo e enrugado
Parece que o coração se perdeu...
Este espelho não mostra a minha alma.
Assim, sem vida, está minha face.
Meus olhos são tristes e vazios
Não suporto mais os dias tão frios!
Tenho as mãos enrugadas e mortas
Não tenho rosto, não tenho força.
No espelho, vejo a morte vazia!
Machado de Carlos
Publicado no Recanto das Letras
Código do texto: T1420338
Uma verdade me perturba a mente e me consome o [coração:
Sinto a existência me pesar nos ombros como a Cruz à [humanidade.
E o que vejo é o que tenho: uma bengala me tomando a [direção.
Explico. Tomei pra mim a condição sublime da [existência e cri,
Como Aquiles, que fosse esse o tratado. No entanto, na [realidade,
Descobri que me enganava; e, como K., comecei a admitir
Que nunca chegaria a sustentar minha querença. Mas, ao [contrário
Do que eu esperava, essa desilusão fortaleceu minha [vontade;
E, mesmo não sendo Teseu, acho que posso espantar o [Minotauro.
RODRIGO DELLA SANTINA
***
Dissolvo hipocrisias
Realinhando valores, princípios
os fins que me justificam;
Na fragilidade descubro a fortaleza
sou forte, frágil
na Rosa dos Ventos
alimento-me de dúvidas
indelével esperança;
Habito a Infância
na cronologia do tempo
O Vento
compreende essa fadiga
o meu rugir, uivos
delírios infantes
uma face do prisma
salta da angústia
dando forma a esse caleidoscópio
que me define e espanta.
Lou Albergaria
7 comentários:
Ando por aí, perdida no Verão...
Venha mandar um beijinho e ler este belíssimo poema!
Aguardo ansioso.
Ana,
obrigada, amiga.
Pistoleiro Corvo,
desculpe, mas não entendi o que aguarda.
Beijos.
Parabéns, Ianê!
Parabéns, Machado de Carlos!
Dois poemas irrepreensíveis, inspiradíssimos!!!
Abraços...
Bacana o tema, hem! Depois de algum tempo sem contribuir, volto à produção. Parabéns aos dois pelos poemas: estão bons!
Grande abraço,
Adorei participar deste Diálogo. Parabéns aos participantes!
Lindos poemas!
Super beijos a todos!!!
Obrigada, meus amigos.
Voltem sempre!
Grande bj.
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