O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sábado, 14 de agosto de 2010

A Dissolução - Desafio Poético




Sinto meu corpo a dissolver-se
a desconstrução em mim
de um ser já em desespero


O que resta?
Não mais me reconheço
Sou um mero espectro do que um dia fui

Quem sabe possa renascer mais íntegro

Agora, só me resta
deixar-me diluir lentamente
até nada sobrar desse meu eu

Reconstruir-me exige coragem
mas voltarei pois esta não me falta
Surpreenderei a todos,
amigos e inimigos

Preparem-se para o meu retorno...



Ianê Mello


Retrato da Vida


Eu não tinha este rosto frio e triste
Meus músculos estão fracos, sem forças.
As mãos tremem e estão calejadas
Não sou a imagem daquele espelho.

Meus cabelos estão brancos, sem vida.
Meu rosto é calmo e enrugado
Parece que o coração se perdeu...
Este espelho não mostra a minha alma.

Assim, sem vida, está minha face.
Meus olhos são tristes e vazios
Não suporto mais os dias tão frios!


Tenho as mãos enrugadas e mortas
Não tenho rosto, não tenho força.
No espelho, vejo a morte vazia!


Machado de Carlos

Publicado no Recanto das Letras
Código do texto: T1420338




Uma verdade me perturba a mente e me consome o [coração:
Sinto a existência me pesar nos ombros como a Cruz à [humanidade.
E o que vejo é o que tenho: uma bengala me tomando a [direção.

Explico. Tomei pra mim a condição sublime da [existência e cri,
Como Aquiles, que fosse esse o tratado. No entanto, na [realidade,
Descobri que me enganava; e, como K., comecei a admitir

Que nunca chegaria a sustentar minha querença. Mas, ao [contrário
Do que eu esperava, essa desilusão fortaleceu minha [vontade;
E, mesmo não sendo Teseu, acho que posso espantar o [Minotauro.


RODRIGO DELLA SANTINA

***
Dissolvo hipocrisias
Realinhando valores, princípios
os fins que me justificam;
Na fragilidade descubro a fortaleza
sou forte, frágil
na Rosa dos Ventos
alimento-me de dúvidas
indelével esperança;
Habito a Infância
na cronologia do tempo
O Vento
compreende essa fadiga
o meu rugir, uivos
delírios infantes
uma face do prisma
salta da angústia
dando forma a esse caleidoscópio
que me define e espanta.



Lou Albergaria

7 comentários:

Ana Tapadas disse...

Ando por aí, perdida no Verão...
Venha mandar um beijinho e ler este belíssimo poema!

Anônimo disse...

Aguardo ansioso.

Ianê Mello disse...

Ana,

obrigada, amiga.

Pistoleiro Corvo,

desculpe, mas não entendi o que aguarda.

Beijos.

Zélia Guardiano disse...

Parabéns, Ianê!
Parabéns, Machado de Carlos!
Dois poemas irrepreensíveis, inspiradíssimos!!!
Abraços...

Anônimo disse...

Bacana o tema, hem! Depois de algum tempo sem contribuir, volto à produção. Parabéns aos dois pelos poemas: estão bons!
Grande abraço,

Lou Albergaria disse...

Adorei participar deste Diálogo. Parabéns aos participantes!

Lindos poemas!

Super beijos a todos!!!

Ianê Mello disse...

Obrigada, meus amigos.

Voltem sempre!

Grande bj.

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