O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mundo paralelo



Quando a lua nova desponta
no céu por entre as nuvens
minha alma entontece
mediante infinda beleza
A lua vem a inspirar meus sonhos...

por entre linhas obscuras
de vielas sujas da cidade
cumpre-se a profecia
soltam-se os prateados
outrora enclausurados
nesse teu astro beatificado...


Toda a sombra se faz luz
o pratear da lua
O obscuro torna-se claro
Os recônditos escondidos
iluminados serão


Por esse astro idolatrado
perfumado por flores nocturnas
atingidas por raios coloridos
que rebentam ao toque dum dedo
como bolhas de água envidraçada


Tudo é luz e cor nesse novo mundo
O amor inebria com seu perfume
O coração cria asas para sonhar
Entregues a esse mágico momento
Nos tornamos apenas um

domador e marioneta
mar de água doce e salgada
onde nadamos gémeos na procura
observados da longínqua costa...
através da janela
do nosso mundo...



Ianê Mello/JC Patrão 


Uma Receita de Paz

A luz brilhou!... Era teu coração...
Encontrei nele a pura passagem:
e para respirar nova aragem:
— Ouço as vozes, — É a tua canção!...

À distância, morri no teu clarão,
estatizei versos pra tua imagem!
E Eu estava só na longa viagem,
Saí da vã e triste solidão!...

— Ligo-me... E a tua voz vem e me encanta!
... E os Anjos chegam na hora santa,
E engulo cada nota do teu piano!

Em guirlandas gritei: — adeus açoites!
Deixei de ser só na gélida noite...
Durmo na tua Paz, — Já noutro plano!...

Machado de Carlos

Publicado no Recanto das Letras em 12/08/2010
Código do texto: T2434324
***



Menino...
Sábio esforço o Teu
De procurar na Morte
o Sentido da Vida
E no Amor
o Sentido de Deus.

Te amar é tão fácil...

Tuas palavras tecem afeto e rede
na qual quero me deitar
oferecer-te o colo
seios e pele
sugar-lhe o vinho
escondido no cálice
da eterna busca
por um sentimento infinito
de Cura
para as Dores que Sou
Ferida na Alma
que não cicatriza nunca
necessita tua saliva
beijos profundos
que nos transporta
entre vários Mundos
até que eu me albergue em ti
E possa Viver/Morrer para sempre
nos braços teus...


Lou Albergaria

9 comentários:

Zélia Guardiano disse...

Muito lindo!
Parabéns, Ianê!
Parabéns, JC Patrão!
Abraços

P L disse...

Olá, Ianê.

Adorei seu poema... belíssimo! Parabéns!

Beijos,
Patrícia Lara

Ianê Mello disse...

Meu e do Jose C. Patrão.

Obrigada, querida. Bjs.

Ianê Mello disse...

Grata Zeli.
Não suma mais, tá?

Bjs

Pólen Radioativo disse...

E depois... (de ler)... tudo converge para a escuridão fértil da noite e dos sonhos...

Adorei!!! Lindo mesmo!

Grande abraço.

Andreia Hernandes disse...

Belíssimo texto!
congrats!

Andreia.

Sol disse...

Perfeito!!
Aplausos..

bjs.Sol

Ianê Mello disse...

Obrigada à todos pelos carinhosos comentários.
Agradecemos, eu e JC. Bjs.

Ianê Mello disse...

Machado de Carlos, meu amigo, que lindo soneto!
Bjs.

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