O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Liberdade




Acordo (ainda é noite) na escureza
Do quarto e vou às cegas procurando
A maçaneta, no tempo quando
Numa barra de ferro acerto a testa.

Com sono, dolorido, sem contexto,
Caio, bunda no chão, imaginando
Que diabos uma grade atravessando
Faz o meu quarto, como eu fosse preso.

Procuro o interruptor; e quando o encontro
Aperto-o e luzes vêm de todo canto.
’Stou dentro de uma jaula, qual cobaia.

Fora, a me cingir, há três homens brancos,
Sem faces, ansiosos, como santos,
’Sperando que a Loucura de mim saia.

RODRIGO DELLA SANTINA

5 comentários:

Anônimo disse...

Esse blog eu não conhecia. Muito bom e de bom gosto! Estou seguindo e volto com tempo para degustar.
Um ótimo fim de semana a ti!

Sandra Figueroa disse...

Un placer leer tan hermoso poema. Cuidate.

Ianê Mello disse...

Uau!!! Que belo poema, amigo Rodrigo! Sempre uma alegria ler-te. Agradeço por continuares a postar nos Diálogos Poéticos.
Bjs.

Anônimo disse...

Estupendo soneto! Ah, se não fosse a loucura dos poetas a compor tão belos versos@ Ler-te causou-me intenso prazer!@
Seguindo seu blog!
Se puder siga-me!
Outro sim, permita-me postar textos teus em meu blog,será uma honra!
Abçs!

Anônimo disse...

http://www.blogger.com/blog-this.g

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