O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sábado, 17 de setembro de 2011

VOZES EM MADRIGAL(16.09.11) - sexta-feira da OUSADIA E CONHECIMENTO DA SUA OBRA-literária(poesia)






Quanto mais eu quero mais

Grito alto
nunca sucumbem ao nada
eles falam, proferem
se erguem em palavras

Grito superficial
emergido das profundezas
juram tudo
com toda certeza

Grito louco
de puro amor-fatal
dá aos poucos
para o luso-amor-total

Grito falso
do ego-meu
no asfalto
fica estirado, sem tempo e nem hora.Acabado.

Giselle Serejo




Vertigem

Vida assim entregue
tudo é mundo, todo-mundo é tudo
não quero escolha, nem rolha, nem molho, nem colo
nem a corda quero
eu pulo e faço teias
escolho as pedrarias
me enfeitiço nas feitiçarias
ponta-cabeça me liberta
me saltita e me conserva.

Giselle Serejo


Nellie Bly

Vestida de coragem foi desbravar mundos hostis
Empunhou a bandeira da justiça e enfrentou sociedades vis
Mentes vãs calaram-se ante a força de tuas palavras
Perpetuou-se nos corações dos inocentes com a tua bravura indômita
Lapidada pela vida tornou-se Elizabeth Jane Cochran!

Ydeo Oga

Dançam vozes 
E jaz um ser 
Perfeito equilíbrio
Entre o ser e o estar 
Apenas o momento
Descansar um corpo

Ydeo Oga


a natália correia

ah natália em tua alma ousada e vasta
cabiam todas as palavras de todos os poetas
dos trovadores a pessoa sem vergonha alguma
a tua voz camoniana e vicentina forte e declamada
era a mais audaz e cénica atirada certeira para longe
rosto levantado e firme a mão natália de natal
mãe de pátria os teus açores sobrevoando o continente 
não te esqueço mátria não te esqueço nas montanhas
maria maria da fonte a mortalha do teu cigarro enboquilhado
ah natália também as horas do suave canto 
e da palavra dos amigos no botequim lisboeta
não te condena a saudade incapaz
apresenta-te o poema vivo ah natália

António Manuel Castanheira



Caminho verde em passos ocos
ecoando meus passos andam
sorriem e cantam
são cordilheiras enfileiradas de clorofila
minha alma é também verde
moro aqui
meu espaço é ninho de bromélias, azaléias, ninféias
cercada disso
caminho vivo

Giselle Serejo


Cais 

é sempre o cais e uma lágrima 
mais que arcoíris, abriga toda cor
todo sentimento do mundo
em apenas uma gota que caiu do céu
em ternura tocou o corpo do cais
em lento desatino 
desde então resquícios de pedra
encontraram sua voz
no afago de uma lágrima

Luiza Maciel Nogueira


Quando tenho dez minutos 
Escrevo
Escrevo para não explodir
Para espantar ou para dividir 
Quem sabe...
Escrevo para entender
O que até agora não entendi
O que não pode ser contado 
E agora se espicha em horas e dias 
Estou no meu limiar 
O que começa agora 
É o que não pude ser

Tarso Firace


SEM SOL

além do lá,
do si,
além do dó 
da dor de amor,
além do aqui
da solidão,
além de tudo aquilo, 
além do além,
além do rio 
descendo torto 
aos pés dos olhos,
meus olhos 
ajoelhados 
aos pés 
do céu.

Jiz


não cabem em mim
espaços
interrogações
preencho-me em poesia


Cristina Desouza




Saiu assim...


À Revelia...

escorre lágrima azul
no céu anil da noite:
calmaria

brilha gota dourada
no céu rubro do dia:
arrepia

pingo de luz difusa
junta cor e forma
e faz um verso
à revelia

Cristina Desouza


O desejo me chamou
De santa

Não tolerei a ofensa

Dei as costas
O peito
Os lábios

Entre as pernas, incendiei o sol

Agora, ele vive assim
Implorando-Me que o molhe

Inteiro, dentro de mim...

Lou Albergaria


A vida não é justa

A vida é só estreita,
úmida, e
quente

por onde escorrem as horas, e
você, penetra o seu medo de falhar

Não, amor, não posso carregar os seus medos

Estou detida na alfândega
há séculos
por excesso de bagagem

Lou Albergaria

3 comentários:

Ricardo Miñana disse...

Me gustan tus letras, bonito juego de palabras, un placer leerte.
feliz fin de semana.

ONG ALERTA disse...

Todos lindos, beijos Lisette.

Ianê Mello disse...

Obrigada, Ricardo e Lisete pela visita e comentários.

Um abraço.

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