O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quarta-feira, 16 de março de 2011

Restos mortais


Restos mortais


Rebobinei o poeta
Em versos vãos.
Fiz dele
Uma negação.
Destruí,
Quimeras,
Sonhos,
Ilusão.
Sequei lágrimas
De compaixão.
Gastei em soluços
Doces palavras.
Apaguei da alma
A luz da vida
E gritei ao vento
A despedida.
E por fim
Ficaram,
Somente,
Restos mortais
Do que não sou.

José Bravo Rosa

14 comentários:

CARLA STOPA disse...

Restos do que não sou...Me fez pensar.

Marcelino disse...

Rebobinar o poeta é coisa para poetas. Bravo, José.

Ianê Mello disse...

Bravo, poeta! Bjs.

Anônimo disse...

Restos mortais das máscaras...creio eu! Mas, máscaras são como peles de cobra: descartáveis, mas por certo tempo indispensáveis.

O ser humano é engraçado: ele teima em querer auferir a verdade pela negativa. Para saber quem sou, preciso descobrir e riscar tudo aquilo que não sou. Se sobrar algo, então declaramos a "verdade" de nós mesmos. Mas como somos parte de um todo, então o que não somos é infinito! E o que somos é uma parcela infinitamente menor do que podemos imaginar, ainda que com intenso poder de transformação...

Forte abraço!

Perola disse...

Eu voltei com um novo blog pq o meu antigo foi denunciado.
Ñ podia deixar de vim aqui e resgatar grandes poetas.
Vocês poetas são terríveis rs.
Atrevidos pq nos advinham e ousados pq conseguem nos acanhar diante dos segredos revelados.
Fantástico.
Vocês estão nos meus favoritos,prometo vim mais vezes.
Parabéns.
Beijo grande

Evanir disse...

Um poema para refletir.
Uma linda tarde beijos no coração.Evanir
http://aviagem1.blogspot.com/

Anônimo disse...

Que o breve
seja de um longo pensar

Que o longo
seja de um curto sentir

Que tudo seja leve
de tal forma
que o tempo nunca leve.

Alice Ruiz

BOM FDS...Beijos de coração prá coração! M@ria

Carol Morais disse...

Que poema bom de se ler. Quanta musicalidade, quanto amor e candura. Palavras que sao muito mais do que isso.

Anônimo disse...

A vida e suas reflexões...

"restos do que não sou..."
Pois somos a essência dela.

Beijos poéticos.
Jady

Chá das Cinco disse...

Te encontrei através do link de um dos blogs do Ivan César,pensei, só pode ser coisa boa.
Não deu outra, gostei muito daqui e fiquei. Será um prazer tê-la no Chá das Cinco Ianê.
Gemária Sampaio

orvalho do ceu disse...

Olá,
Passo pra felicitá-lo pelo Dia Mundial da Poesia...
Que os "restos mortais" possam descansar em paz!!!
Abraços fraternos

Daniel Hiver disse...

Os restos mortais do que não somos insistem em permanecer até quando são cremados! É como se um vento insistente sempre trouxesse de volta ao menos uma cinza.

Maria Marluce disse...

Somos um pouco dúbios e isso é característica dos poetas. Belo e encantador tu escrito. Obrigada pela tua visita.

Anônimo disse...

Uma despedida, um adeus ou simplesmente a falta de inspiração dum poeta levada ao extremo.
Um poeta é sempre um ser mais alto, os seus versos não não nunca em vão.

Beijinho

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