O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Insanidade
Guardo minha insanidade nas páginas amarelecidas de
um livro;
Deixo-a descansar do frenesi cotidiano, das pústulas da
ansiedade, das obrigações com o futuro,
Das repetições no lar, dos berros medievais da alheia
insanidade, do odor da insônia, sempre alerta;
Deixo-a descansar, enganada do mundo, imersa em suas
sombras, sentada nos alicerces de sua própria
existência;
Deixo-a fingir para si mesma a sua onipotência,
Tonitroar seus cantos, imaginar sua força, defender sua
honra, proteger sua voz;
Deixo-a sucumbir à vaidade, sentir a inveja, mastigar a
angústia, contorcer-se em fúria, alcançar a glória;
E quando tudo isso acaba, como um ciclo natural da vida,
Desenho com versos toda a sua existência onírica e,
como um ser vivente do Olimpo, repouso.
RODRIGO DELLA SANTINA
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3 comentários:
Olá Ianê, gostei muito do teu blog. Textos requintados, bem elaborados! Parabéns!
Sou Diego Schaun, poeta e músico baiano www.diegoschaun.blogspot.com
Espero que gostes!
Abraços, boa tarde!
Lindo demais, poeta, parabéns ! Meu carinho.
Diego, agradeço a sua visita!
E Cria: muito obrigado! Fico bem contente com sua apreciação!
Grande abraço,
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