O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




domingo, 23 de outubro de 2011

Livre criar é só criar - Sábado Poético (22.10.11) - A Beleza




Sementes do Belo


Beleza que em si retem
a pureza do existir
aos olhos faz refletir
o olhar do outro alguém

Olhos que vêem além
do que a visão pode ver
Olhos de bem querer 
que por dentro se detêm

Beleza assim tão rara
guarda em si o brilho
como se fora um filho
como uma jóia cara

E quem dela se apodera
guarda em si o mundo
em seu íntimo fecundo
brotam flores-primavera.

Ianê Mello

 


Luz do sol

Ela veio do sol
seu andar cadenciado
corpo perfeito
sem vestes
luz brilhante
em meus olhos
sua feminina
imagem
na minha retina
intacta
pássaros
a voejar
a seguem
seus passos
de veludo azul
pés que são asas.

Ianê Mello
(Pintura de Arturo Caltabiano "Dichiarazione d'amore")




Beleza de ser

Restringir a beleza no externo
é um grande erro de visão
Belo mesmo é o que por dentro
se esconde...
a mais pura revelação
Dentro de si ela se guarda
incólume e imaculada
pronta para ser sentida
aguardando ser amada
Tal beleza é singular
nem todos os olhos a vêem
há que se imaginar
o esconderijo secreto
descobrindo num lampejo
a luz que dela provem
beleza que irradia
que nada em si retem.


Ianê Mello



BELEZA

Definição de dicionário da Língua Portuguesa:
perfeição agradável à vista, e que cativa o espírito
*
Beleza é estremecimento.
Pode ser
de algum olho estupefato
frente a luz 
crescendo por entre as folhas,
pode ser
de qualquer lábio materno
frente ao filho
murchando-lhe o ventre.

*
NeyMaria 
Imagem: do álbum Fotos do Mural
do Negis Art/FB


A beleza

agora encosto-me ao teu corpo e aguardo
oiço os corações a bater

é tão perfeita a curva do teu braço
desde o ebúrneo ombro até à polpa dos dedos

aí onde mora e demora a beleza

belo é o interior dos teus olhos
e o círculo largo do olhar

encosto-me ao teu corpo
sinto uma ave pronta num estender de asas

bela a noite belo o dia que nos rodeiam
bela a luz que nos sustenta

aí onde mora e demora a beleza

António Castanheira



Beleza tua, tesão e obsessão meus

: Se não fosse o sangue transbordante
de cristais púrpuros e diamantes eternizados
a cintilar no coração mumificado,
ela não teria conseguido evidenciar
sua beleza que lhe encaixa tão bem.
Mulher de trinta e poucos anos,
este corpo é teu?
Por que teu esplendor pousou em minha pausa,
desatou meus nós, no vislumbre
de tamanha exuberância?
Meu olhar quedou-se em fogo alto inquietante...
Vejo-te tal qual uma borboleta divina
que tem setas entre as asas,
em uma tens a lua e noutra o sol.
Apossas-te de mim que permito
pois és bela e repousante,
morena sedutora, de um atrevimento largado...
Acaricia o inventário do meu querer entristecido
porque a vida é uma tela de Monet
e a tua beleza é a responsável

Amy Chauvin Mil-Homens



Beleza acorrentada

Se não fosse a tua beleza
a afagar meu poema
que te festeja,
eu rimaria em todas
as (horas) pares
e em madrugadas algures
poetizando teu semblante
de belo espécime macho
Porém não...
Acorrentastes-te dentro de ti

E eu triste, mas embevecida
desfragmentei meus versos
pois a poesia se fez desnecessária ...
Ah, quão inútil é tua beleza assim a(lge)mada...
Pois ela nem pode se render a minha poesia.

Amy Chauvin Mil-Homens




Ai a beleza...

Algo entre o ser e o não ser...
Uma visão que deslumbra
Porque não é concreta....

Algo que vem dos olhos
dos sentidos...
Dos sentimentos...

Algo que só se explica
Pelas percepções da alma

Vanessa Vieira



* TEMPERANÇA *

Os anos tornaram-te mais bela,
Como o vinho no odre maturado;
E menos intempestiva, mais amena,
Suave como a brisa difusa do entardecer;

Mais contida e recatada, assim, serena;
Exótica fragância, de perfume exalada,
Que nos impregna, sorrateira, a alma,
Sutilmente... 

- Ricardo Daiha -


‎* SER BELA *

Ser bela é ser bonita ?
Ser pintura colorida ?
Ou perfeita sintonia,
Com a beleza da Vida ?

Ser bela é ser formosa ?
Ser de todas a mais charmosa ?
Ou ter divina simetria,
Com tudo que Deus cria ?

Ter beleza é ser chique ?
Jóias, plumas, tremeliques ?
Ou ser simplesmente simples,
Como a grama e o piquenique ?

Ser lindamente bela,
Não só no exterior,
É ter a alma sigela,
Com a pureza de uma flor.


- Ricardo Daiha -




Beleza pura
beleza nua
beleza sua

 Izabel Tayza Rincoski


Afinal, o que é beleza?

-A beleza é inteireza
É belo por si...
-Não tenho tanta certeza.
Precisa ser prá mim!

-A beleza é harmonia
É áurea proporção... 
-Não há mesmice na assimetria,
Sinto prazer e motivação!

-A beleza é irradiação.
Padrão para ser vista.
Supersignos do interior... 

- Leigos, filósofos ou artistas:
Não esquentem! É amor e muita imaginação. 
A beleza é isso e, muito superior!

Andrea Lizarb



Iracema

 Uma história de vida,
   muito mais que uma lenda. 
   Noite de lua cheia
   que derramada por inteira
   numa louvação a natureza
   iluminava o lugar.

   Água de cheiro no corpo,
   Iracema colhia estrelas
   para enfeitar seus cabelos
   que brilhavam qual luz de luar.

   Flores do campo, delicados jasmins,
   a roupagem mais linda
   de um perfumado jardim.
   Iracema, a bela princesa
   purificava o ambiente,
   muito incenso ali presente,
   canela, cravo e alecrim.

   Foi assim que de repente,
   como por encanto,
   Iracema sorriu satisfeita
   por conta de um bravo guerreiro
   que ao se achegar
   se lançou aos seus pés.

   O enfeitiçado homenageava
   os muitos encantos da Iara,
   e dizia ter vindo dos longes,
   só para ver a princesa
   mais bonita do lugar.

   Trazia em seus olhos a certeza
   e em suas mãos uma braçada de flores,
   e junto, um colar de esmeraldas
   que um poeta chamado Xangô,
   mandara abençoar.

   Diz a lenda que, por pura magia,
   do colo da índia formosa
   um olho d’água brotou inquieto
   e envolveu o nobre guerreiro
   que naquela fonte matou sua sede,
   purificou o seu corpo
   e por paixão, assim, incontida,
   se perpetuou qual semente
   naquele colo nascente.

   Depois cansado da longa jornada,
   dormiu o sono dos justos
   e enquanto dormia
   se transformou em pedra,
   guardião daquela fonte
   e eternamente o companheiro,
   da mais linda entre as princesas,
   filha de Mamãe Oxum!

   E o olho d’água se eternizou nascente
   e de nascente, transbordou cachoeira
   que depois se fez em rio,
   de águas claras e envolventes
   que em suas muitas vertentes,
   semeou por aquela toda aquela terra,
   muitas vidas, outras nascentes,
   filhos que até hoje campeiam,
   guardiões dos jardins de Oxalá.

   E assim me contou esta lenda,
   um velho caboclo mateiro
   que sentado em cima de uma pedra
   dizia ser o poeta,
   o senhor daquelas terras,
   certamente um grande guerreiro,
   que o vento, as matas e o tempo,
   por amor à natureza,
   resolveram perpetuar.

Naldo velho


leito do rio vazio
muitas pedras enfeitam
o meio do meu caminho
beleza rara
eu sigo.


Giselle Serejo


Queria escrever um poema..sobre a tua beleza...os teus olhos que sorriem para os meus...os teus lábios..que saboreiam os meus...sim...a tua beleza..que me encanta...me seduz..não encontro palavras...

(Cris Anvago)

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