O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sábado, 16 de novembro de 2013

O JOIO DO TRIGO


Há que separar o joio do trigo
O fruto bom do apodrecido
O supérfluo do necessário
O homem honesto do salafrário

Há que separar o direito do avesso
O ciúme do apreço
A paixão do amor
A honestidade do falso pudor

Há que separar o verdadeiro do falso
O bem calçado do descalço
O real desejo da luxúria
O lado animal da criatura

Há que separar o falso brilhante da jóia verdadeira
A sobriedade da bebedeira
O erro do ledo engano
O supostamente sagrado do profano

Há que separar a liberdade da prisão
A mão direita da contramão
O verdadeiro amor da obsessão
O verdadeiro sim e o disfarce do não

In Tessituras e TramasEditora Verve, 2013
Ianê Mello.

Lembrando que esta e outras poesias estão no livro Tessituras e Tramas Tramas, recentemente lançado pela Editora Verve e a venda na Livraria Relíquia (http://www.livrariareliquia.com.br/tessituras-e-tramas.html

Um comentário:

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Usar a peneira para separar o que presta do que não presta, sejam sentimentos, relações, vivências, amores, amizades , valorizar a quem nos valoriza. Parabéns pelo texto! beijos

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