O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Dialogo Poético : Ianê Mello e Joaquim Vale Cruz




NAUFRÁGIO

Ousou amá-la como quem ama sem fronteiras
despindo-se do medo de entregar-se
Ousou amá-la como quem ama sem pressa
içadas as velas em mares profundos navegou

Ousou amá-la mais que tudo e além
abandonando-se ao encanto de pertencer
Ousou amá-la e por amá-la tanto
olhos em pranto assistiu sua partida


Ianê Mello

Afoguei-me nos teus olhos cheios de pranto
na partida, com tanta dor, daquele cais
tudo por te querer e te ter amado tanto
tudo por temer por minha ausência, não te ter mais

Mas porque mais que tudo eu te amava
e no meu desejo de tanto, tanto te querer
aqui e além cada vez de ti eu mais gostava
e por esse gostar só vim de amor, a padecer

Ousei navegar num mar profundo sem canseiras
despindo-me de todo o medo ou mau pressagio
e navegando a todo o pano e sem fronteiras
em teu corpo encontrei, por fim, doce naufrágio…


Joaquim Vale Cruz

*

 
Pintura de Alex Alemany

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